A Justiça Federal sequestrou bens móveis e imóveis dos alvos da Operação Porto Victória, deflagrada nesta quinta-feira, 11, pela Polícia Federal. A ordem judicial acolhe pedido da Delegacia de Repressão a Ilícitos Financeiros e Desvios de Recursos Públicos da PF em São Paulo, que conduz inquérito sobre lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira.

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Todos os valores apreendidos no curso da operação já estão incluídos na ordem de sequestro – nos endereços dos alvos da Porto Victória, a PF apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro vivo, entre euros e reais, além de lingotes de ouro e um diamante.

“Pedimos o sequestro (de bens) para descapitalizar a organização criminosa”, declarou o delegado Alberto Ferreira Neto, que conduz a Porto Victoria.

Onze investigados foram presos, entre eles o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Simões de Toledo, atualmente executivo do Banif, banco de investimentos. A organização, segundo a PF, realizava exportações fictícias de produtos superfaturados em até 5000% para a Venezuela – os valores pagos eram transferidos para o sistema financeiro em São Paulo, seguindo depois para Hong Kong.

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“Era ficção”, disse Ferreira Neto, ao se referir às operações de comércio exterior.

Na prática, raramente os produtos importados pela Venezuela chegavam ao País. A grande maioria das transações ficavam apenas ‘no papel’.

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Pelo menos 30 empresas, a maior parte delas de fachada, estão na mira da PF. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão de fiscalização do Ministério da Fazenda, identificou movimentações, com indicativo de ocorrência de lavagem de dinheiro, no montante de R$ 3 bilhões.

Uma única empresa da organização movimentou R$ 170 milhões. Além de executivos do Banif, funcionários de outros bancos estão sob suspeita. A PF vai intimar diretores dessas instituições financeiras. A PF quer saber porque falhou o compliance, mecanismo de controles internos e de conhecimento da clientela física e jurídica.