O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou nesta terça-feira, 9, mais um habeas corpus ao ex-presidente do PSDB de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues. Preso desde 30 de maio, Nárcio foi derrotado por 2 votos a 0. Ele responde por suspeita de desvio de recursos na construção do Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada (Hidroex), em Frutal, no Triângulo Mineiro, sua terra natal.

continua após a publicidade

Em sessão realizada nesta terça-feira, na 3ª Câmara Criminal do TJ, os desembargadores Fortuna Grion e Maria Luíza de Marilac negaram a liberdade ao tucano. O presidente da Câmara, Antônio Carlos Cruvinel, no entanto, pediu vista ao processo movido pelo Ministério Público Estadual (MPE) que apura as supostas irregularidades na obra.

continua após a publicidade

Pela possibilidade de mudança nos votos até a próxima sessão do julgamento, que não tem data para ocorrer, ainda não é possível afirmar que Nárcio será derrotado. No colegiado votam três desembargadores. Na última quinta-feira, 4, Nárcio teve outro habeas corpus negado por 3 votos a 0 pela Segunda Câmara Criminal do TJ dentro do processo, também movido pelo MP, que apura a compra de equipamentos para o Hidroex.

continua após a publicidade

Nárcio foi secretário de Estado de Ciência e Tecnologia de 2012 a 2014 durante os mandatos de Antonio Anastasia (PSDB) e Alberto Pinto Coelho (PP). O início das atividades do Hidroex, antes de as obras começarem em Frutal, ocorreu durante o mandado de Aécio Neves como governador de Minas (2003/2010).

O advogado de Nárcio, Estevão Melo, que recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) depois da decisão do TJ sobre o primeiro habeas corpus, afirmou que, caso seja derrotado novamente, recorrerá mais uma vez ao STJ. O tucano foi detido dentro da Operação Aequalis, montada pelo MP e pela Polícia Militar. Nárcio está desde então preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. O tucano só sairá da cadeia quando os dois habeas forem concedidos pela Justiça.

A suspeita da promotoria é de que R$ 8,4 milhões em recursos públicos teriam sido desviados. O dinheiro, conforme acredita o MP, teria sido utilizado em campanhas eleitorais de 2012, quando foram escolhidos vereadores e prefeitos. Os promotores ainda não conseguiram identificar, porém, o destino dos recursos, que podem ter sido enviados a paraísos fiscais e depois enviados ao Brasil para o abastecimentos das campanha, conforme as investigações.