Justiça Federal ouve o doleiro Youssef

O doleiro Alberto Youssef, preso desde o dia 2 de novembro, deve depor hoje, às 9h30, na 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Youssef deveria depor na quarta-feira passada ao juiz da vara, mas permaneceu calado. Os advogados do réu alegaram que o prazo para estudo dos 29 volumes do processo foi insuficiente, e requisitaram ao juiz a realização de novo interrogatório, o que foi deferido.

A 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba decretou no dia 28 de outubro a prisão preventiva de Alberto Youssef, Eroni Miguel Peres, cunhado de Youssef, e Paulo César Stinghen, a pedido do Ministério Público Federal. Youssef foi preso no dia 2 de novembro em Londrina por volta do meio-dia, quando saía do Cemitério Parque das Oliveiras. Peres e Stinghen, sócios-proprietários da empresa Proserv Assessoria Empresarial S/C Ltda., ainda não foram presos. Segundo a denúncia do MPF, a Proserv seria uma empresa de “fachada”, utilizada pelo doleiro para remessa de divisas ao exterior. A 2.ª Vara Criminal também aceitou a denúncia contra Cristina Fernandes da Silva, que titularizava conta corrente na agência Banestado em Nova York, movimentada por Youssef, e Celso Cornélio Filho, contador que teria forjado declarações de rendimentos de Cristina, a fim de amparar a movimentação financeira da conta.

Youssef, proprietário da empresa Youssef Câmbio e Turismo Ltda., é acusado de sonegação fiscal de mais de R$ 33 milhões entre 1996 e 1999, sem contar multa e juros, conforme apuração feita pela Receita Federal, de evasão ilegal de divisas, e formação de quadrilha. Em outros processos, há ainda registro de possível envolvimento de Alberto Youssef em crimes de lavagem de dinheiro, possivelmente desviado dos cofres públicos dos municípios de Londrina e Maringá, e da Copel – Companhia Paranaense de Energia.

Segundo a ordem judicial, a prisão foi decretada diante da magnitude dos crimes imputados a Alberto Youssef e principalmente para evitar a continuidade da prática de crimes pela organização por ele dirigida. A prisão também teve por objetivo evitar possível fuga do acusado, titular de valores expressivos no exterior.

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