Justiça afasta Adauto da prefeitura de Uberaba

Prefeito reeleito de Uberaba (MG), Anderson Adauto (PMDB) foi afastado na terça-feira (4) do cargo pela Justiça. A decisão contra Adauto, ex-ministro dos Transportes do governo Lula e réu no processo dos 40 do mensalão, foi tomada pelo juiz Lênin Ignachitti, da 4ª Vara Cível da cidade, na ação que contesta o contrato do município com a empresa Home Care Medical para a gestão das farmácias e do almoxarifado da Secretaria da Saúde. A decisão não é definitiva – cabe recurso ao Tribunal de Justiça de Minas.

O juiz decretou ainda o seqüestro dos bens de Adauto, do secretário de Governo de Uberaba, João Franco Junior, da funcionária pública Vera Lúcia Silveira Abdalla, da Home Care e da offshore River Finance Co, que tem sede no Panamá e é uma das sócias da Home Care. Franco Junior e Vera também foram afastados dos cargos.

Adauto, que nega a acusação, é o primeiro administrador suspeito de envolvimento no escândalo da máfia dos parasitas, o suposto esquema de fraudes em centenas de licitações em 21 hospitais públicos de São Paulo e em 29 prefeituras de quatro Estados. A investigação sobre o contrato de Uberaba ocorreu paralelamente à da Polícia Civil de São Paulo, que levou à deflagração da Operação Parasitas.

Por meio dela, a polícia executou 23 mandados de busca e apreensão e prendeu cinco acusados de compor o núcleo empresarial da organização criminosa, entre eles Renato Pereira Junior e Marcos Agostinho Paioli, sócios da Home Care. A empresa seria responsável pela maioria dos contratos suspeitos com as prefeituras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.