Justiça acata denúncia contra Bradock

Por unanimidade de votos, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça acatou ontem a denúncia formulada pelo Ministério Público contra o deputado estadual Mário Bradock (PMDB), acusado de tortura e morte de um preso em 2001, quando era delegado em Rio Branco do Sul. A denúncia também se estende a um auxiliar de Bradock, o investigador Obadias de Souza Lima.

O relator da denúncia do Ministério Público, desembargador Jesus Sarrão, negou ainda o pedido para que a ação tramite em sigilo de Justiça. O deputado alegou que poderia ter sua imagem pública prejudicada com a divulgação de notícias sobre o caso nos meios de comunicação. O desembargador entendeu que não era o caso e em seu despacho, justificou que Bradock é pessoa pública e deve satisfações de seus atos à população.

De acordo com o Ministério Público, Bradock e o investigador teriam torturado e executado André França Cordeiro, acusado de ser o autor de homicídio na cidade. Conforme a denúncia, os dois teriam detido Cordeiro sem ordem judicial, e mediante ameaças, teriam forçado a confissão da morte de Jurandir Ferreira de Andrade, ocorrida em 99. Ainda conforme a denúncia, no dia seguinte à admissão do crime, Cordeiro voltou a negar a autoria do homicídio, e por isso, teria sido espancado por Bradock. O ex-delegado também teria simulado a fuga de Cordeiro, para justificar sua execução.

Sem provas

Na defesa, Bradock e o investigador alegam que não há provas do crime e que Cordeiro era “figura fácil da crônica policial”, em Rio Branco do Sul. “Estou tranqüilo com a minha inocência. É bronca de polícia de rua. Se tivesse ficado a vida inteira atrás de uma mesa, não estaria respondendo a processo agora. Quem está na rua, está sujeito a essas coisas. Levar tiro ou dar tiro. Eu estava trabalhando”, disse o deputado ontem à tarde, afirmando, ainda, que à época, alguns integrantes do Ministério Público se conduziram de forma precipitada na apuração dos fatos.

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