Juiz nega pedidos para adiar audiência do caso Cachoeira

Os advogados de defesa dos réus da ação penal decorrente da Operação Monte Carlo pediram que a audiência de hoje fosse adiada, argumentando o direito de ampla defesa.

O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz Alderico Santos, da 11ª Vara Federal de Goiânia, responsável pelo caso.

O primeiro pedido de cancelamento foi feito pelo advogado Leonardo Gagno, que defende o sargento da reserva Idalberto Matias, o Dadá, e José Olímpio Queiroga.

O advogado argumentou que outros réus e seus defensores não estavam presentes na sessão. Isso porque a ação penal foi desmembrada em dois casos.

As audiências de hoje se referem a oito réus, como Carlinhos Cachoeira, Dadá e Olímpio. “O fato imputado a esses oito réus são os mesmos de todos os 81 réus”, afirmou Gagno.

“Estou me opondo apenas à ausência dos outros defensores, dos outros réus. Defensores dos outros réus não foram intimados para estarem aqui e exercerem suas perguntas.” A defesa de Cachoeira argumentou que a audiência não poderia ser realizada pois as companhias telefônicas ainda não enviaram dados sobre alvos de interceptações telefônicas.

Segundo a defesa, houve uso de “senhas genéricas”, sem identificar pessoas que tiveram seu sigilo telefônico quebrado.

A advogada Dora Cavalcanti argumentou que não seria possível continuar a audiência “sem conhecer universo concreto das pessoas que foram sendo investigadas ao longo desse longo período de interceptação”.

Ao negar o pedido de adiamento, o magistrado argumentou que “em face do princípio do contraditório, a prova produzida nesses autos não terá repercussão no processo desmembrado, o que vale dizer, não poderá ser utilizada a título de prova emprestada”.

O juiz também indeferiu o pedido da defesa de Cachoeira, argumentando que “é de ser ressaltado que este juízo já oficiou as operadoras de telefonia por diversas vezes a fim de que informassem quais os seus clientes que tiveram dados cadastrais acessados por policiais na atuação das investigações da chamada Operação Monte Carlo, sendo que todas as operadoras já responderam”.

A defesa de Lenine Araújo de Souza, apontado como contador da organização de Cachoeira, também reforçou o pedido de adiamento da audiência.