Condenado

Juiz deixa Rafael Greca inelegível por três anos

O diretor-presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca (PMDB), foi condenado a inelegibilidade por três anos e multa de R$ 10.500,00 por ter se valido do poder público para beneficiar a candidatura à reeleição do prefeito de Campo Magro, Rilton Boza (PMDB), o Bozinha.

O juiz Eduardo Novacki, da 171.ª Zona Eleitoral, de Almirante Tamandaré, acatou, parcialmente, a denúncia da coligação Unidos por Campo Magro que pediu, além da condenação de Greca, a cassação da candidatura de Bozinha porque, em período vedado, Greca teria usado a Escola de Governo, transmitida ao vivo pela Rádio e Televisão Educativa, do dia 29 de julho, para dar declarações em favor do atual prefeito de Campo Magro. O juiz absolveu Bozinha, já que este não participou do programa.

Na “escolinha” de 29 de julho, ao anunciar um programa de habitação, Greca teceu comentários sobre a precária qualidade de vida dos habitantes de Campo Magro para, em seguida, anunciar programa que beneficiaria mais de 2 mil pessoas, a pedido de Bozinha.

“É indizível a má qualidade de vida do povo de Campo Magro. Por isso o governador autorizou e nós vamos fazer o resgate social de quinhentas e poucas famílias. (…)Vamos tirar o povo desse buracão e vai virar o Parque do Sabiá. Foi um pedido que me fez o prefeito Bozinha”, disse Greca na ocasião.

“Em uma única atitude, o segundo representado (Greca) conseguiu violar o princípio da impessoalidade, praticar abuso de poder político e usar indevidamente os meios de comunicação social”, destaca o juiz em sua sentença, concordando que a declaração de Greca será capaz de influenciar o processo eleitoral do município.

O advogado do PMDB, Clóvis Augusto Veiga da Costa informou que protocola até amanhã recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “O TRE, com certeza, vai reverter essa decisão, já que não houve qualquer pedido de voto ou qualquer outra conotação eleitoral na declaração do secretário”, disse. Clóvis informou que sustentará a defesa de Greca mostrando o contexto da declaração.

“Era uma reunião de governo. O secretário prestou contas das obras que a Cohapar estava realizando no Estado todo, inclusive em Campo Magro, e apenas citou o nome do prefeito Bozinha, sem nenhuma conotação eleitoral”, argumentou.