Mais uma cidade paranaense corre o risco de ter nova eleição. O prefeito reeleito de Doutor Ulysses, Pedro Júnior (PMDB), teve o diploma de prefeito cassado por abuso de poder econômico durante as eleições.

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Denunciado por seu adversário, José Sertão (PSDB), Pedro Júnior foi condenado pelo juiz eleitoral da Comarca de Cerro Azul, Marcos Takao Toda, que julgou procedente a denúncia de compra de votos por meio de distribuição de material de construção.

A denúncia foi oferecida pelo candidato do PSDB logo após o resultado das eleições, em outubro do ano passado, em que Sertão foi derrotado por uma diferença de 198 votos.

A acusação apresentou testemunhas que declararam terem recebido tijolo, madeira e cimento, entre outros materiais. Segundo a denúncia, cerca de 40 famílias teriam sido beneficiadas com as doações do candidato.

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Após ouvir as testemunhas, o juiz da comarca local deu provimento à ação, cassando o diploma de Pedro Júnior, declarando-o inelegível e atribuindo-lhe multa de R$ 50 mil por violação de testemunhas.

Como recebeu 52% dos votos válidos, contra 47% de seu adversário, se confirmada a cassação de Pedro Júnior pelas instâncias superiores, uma nova eleição terá de ser realizada, já que o candidato atingiu mais de 50% dos votos válidos.

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O advogado de Pedro Júnior, Ricardo Vasco, informou que já entrou com medida cautelar junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo que seu cliente não seja afastado do cargo até o trânsito em julgado do processo. Ele acredita em reversão da decisão pelo TRE, “pois todas as testemunhas ouvidas tinham alguma ligação com o denunciante”.

O segundo colocado na eleição também pretende recorrer à Justiça Eleitoral. Sertão entende que não deve haver segundo turno. Que ele, como segundo colocado deve ser declarado vencedor.

“É diferente dos casos em que o candidato é cassado antes da eleição. Neste caso, ficou provado que ele comprou votos e, pela pequena diferença, esses votos foram decisivos”, disse.

O prefeito cassado ainda tem várias possibilidades de recurso ao TRE e Tribunal Superior Eleitoral e, só depois de esgotados todos os recursos é que a nova eleição, se necessária será marcada. Outras seis cidades paranaenses aguardam definição sobre seu novo prefeito na Justiça Eleitoral.

Além de Londrina, com eleição marcada para o dia 29 de março, São Sebastião da Amoreira, Palmas, Cândido de Abreu, Ângulo e Imbituva seguem administradas pelos presidentes das Câmaras, aguardando decisão final da Justiça sobre a necessidade ou não de novas eleições.