O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse, ontem, que confia na aliança com do PT com o PDT de Osmar Dias no Paraná, com Gleisi Hoffmann (PT) candidata ao Senado.

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Membro do diretório nacional do partido e um dos responsáveis pelo trabalho de montagem dos palanques estaduais para a presidenciável petista Dilma Rousseff, Dirceu disse ontem durante sua rápida passagem por Curitiba ao retornar do interior do Estado que até as convenções PT e PDT chegarão ao entendimento para o palanque conjunto no Estado.

“A posição do PT para o Paraná é Gleisi para o Senado. É uma questão definida. O problema é que o PDT e o senador Osmar Dias gostariam de ter uma aliança mais ampla, com PP e, talvez, o próprio PMDB, com o ex-governador Requião indo para o Senado. Mas isso é natural, daqui até 15 de junho nós vamos ter que procurar uma saída para isso”, disse o ex-ministro. “O pleito do PT, que é razoável, é indicar a Gleisi para o Senado. Se ela quase ganhou do Alvaro Dias em 2006, se ela tem 58% de intenções de voto aqui na capital, se ela tem potencial de crescer no interior, é uma candidata que qualquer candidato a governador gostaria de ter concorrendo para o Senado em sua chapa” afirmou.

Dirceu disse que já ouviu de Osmar Dias o argumento de que com Gleisi candidata ao Senado ele poderia ser deixado em segundo plano durante a campanha, com o PT dedicando-se a eleger Gleisi e Dilma. “Conheço esse argumento, mas não acredito, é mais pela questão de abrir espaço para outros candidatos mesmo. Seria um tiro no pé não entrarmos de cabeça na campanha do Osmar. Precisamos dele forte para vencermos o Serra aqui no Paraná, o que não é fácil. Tanto que optamos pelo Osmar por ser o candidato que pode vencer o Beto Richa”, disse o ex-ministro, que não acredita em uma desistência de Osmar caso o PT não ceda à reivindicação de oferecer Gleisi como vice.

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“Ele não tem porque fazer isso. Lutou bravamente para ser governador em 2006, tem uma posição bastante viável nas pesquisas, uma boa organização política, com prefeitos, deputados e vereadores. É uma candidatura consolidada, que tem raiz e o PT já deixou mais do que evidente que quer apoiá-lo. A direção nacional do PT, o presidente Lula e a pré-candidata Dilma querem apoiar Osmar Dias”, afirmou. Dirceu disse que a direção nacional do partido nunca cogitou trocar a candidatura ao Senado de Gleisi pela vice de Osmar.

José Dirceu reconheceu que o sonho de unir o PMDB neste mesmo palanque está distante, mas que o PT seguirá aguardando as definições e conversando com o partido do governador Orlando Pessuti.

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“Agora surgiu essa desavença entre o Requião e o Pessuti. Não sabemos o que acontecerá se eles romperem, quem terá mais influência numa convenção. Mas, se tivermos que ir com dois palanques, não tem problema, já temos experiência nisso e é o que ocorrerá em vários estados”, analisou.

Petistas vão comparar, sim

José Dirceu confirmou que o PT vai abusar da comparação dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para convencer o eleitor a votar em Dilma na disputa com Serra. Dirceu disse que o PT vai lembrar os índices de aprovação do segundo mandato de FHC e compará-los com os de Lula.

“Eleição é comparação. Não temos problema comparar Dilma e Serra. Mas também é comparação entre governos. FHC não podia fazer campanha para o Serra em 2002 e nós vamos lembrar isso. O Lula tem 83% de aprovação, 63% dos eleitores dizem que podem votar no candidato dele. Lula tem 13% na pesquisa espontânea de intenção de votos”, disse o ex-ministro, &,ldquo;Isso mostra que o país não quer mudar de rumo e voltar a ser governado pelo PSDB”, disse.

Para ele, Dilma já deve ultrapassar Serra nas próximas pesquisas, já que o tucano, segundo o petista, atingiu seu teto. “O que o Serra tem hoje, é o teto de 2002, ele fez 36% de votos em 2002. Considero que, com a aliança com PDT, PCdoB e PSB e o apoio do PMDB, estamos numa situação muito boa. O PT e o PMDB juntos têm 40% de votos no país, elegem 200 deputados, elege 40 senadores, são partidos fortes, representativos, enquanto Serra tem como principal aliado um partido que está em crise, o DEM”, comentou Dirceu.

Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, Dirceu disse que não assumirá posição de comando na campanha de Dilma e nem em um eventual novo governo petista.

“Vou ajudar naquilo que me pedirem. Hoje estou atuando nos estados, que é o mais importante no momento. O futuro depende de meu julgamento no STF”, disse.