Jobim empossa primeiro chefe do Estado Maior

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, empossou hoje o general José Carlos de Nardi como o primeiro chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. O cargo foi criado após a aprovação da lei complementar que redesenhou o Ministério da Defesa e o adequou à nova Estratégia Nacional de Defesa.

Jobim fez questão de dizer que o novo cargo nada tem a ver com o antigo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA). O ocupante do novo posto, que estará equiparado hierarquicamente aos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, será responsável pelo emprego das Forças Armadas, por exemplo, em exercícios conjuntos, cabendo aos comandantes de força o adestramento de cada uma de suas respectivas forças.

“A importância política da criação deste cargo é a introdução do Ministério da Defesa na linha de comando das Forças”, disse. “O Chefe do Estado Maior conjunto tem o mesmo nível hierárquico que os comandantes de força, não estando ele submetido aos comandantes ou os comandantes a ele”, acrescentou.

O ministro negou que possa haver conflito de autoridade, pelo fato de todos estarem na mesma linha de comando. “Não haverá conflito de autoridade porque haverá separação de atribuições: as forças ficam com o preparo e o Estado Maior conjunto com o emprego e com os exercícios comuns, e os exercícios singulares ficam com os comandantes de força”, completou.

Transparência

Em seu discurso feito na cerimônia, Jobim disse que as mudanças no ministério visam dar transparência às ações da pasta e proporcionam trazer o tema Defesa para a discussão nacional. “A agenda da Defesa passou a integrar a agenda nacional e, portanto, a nossa responsabilidade aumentou”, afirmou o ministro, ao lembrar que o novo desenho da pasta está sendo feito praticamente 11 anos depois da criação do Ministério da Defesa.

Segundo o ministro Jobim, este é mais um passo na consolidação definitiva do Ministério da Defesa, que tem um civil à frente, como determina a Constituição, que significa a subordinação das Forças e dos poderes militares ao poder democrático civil. “Não é contra ninguém, mas um trabalho com todos, a favor de todos, a favor de todas as Forças”, completou Jobim.