IstoÉ aponta desvios no Banestado de 96 a 99

Documentos secretos em posse do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal norte-americana, mostram que, entre 1996 e 1999, a agência de Nova York do Banestado (Banco do Estado do Paraná, privatizado em outubro de 2000) foi utilizada para operações de lavagem de dinheiro que somariam US$ 30 bilhões -cerca de R$ 105 bilhões. O assunto foi matéria de capa da revista IstoÉ desta semana, que identifica os doleiros paranaenses Alberto Yussef e Sílvio Anspak – foragidos da polícia – como os comandantes da operação. Entre seus clentes estariam fiscais corruptos da Receita Federal e da secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro, além de joão Arcanjo Ribeiro, de Mato Grosso, conhecido como “Comendador” e procurado pela Interpol em mais de 100 países por contrabando de armas e diamantes, lavagem de dinheiro e uma série de assassinatos.

O ex-governador Jaime Lerner (PFL) afirmou ontem não lembrar se seus secretários da Fazenda ou os presidentes que se sucederam no Banestado durante sua gestão o alertaram sobre o uso da agência de Nova York do banco para lavagem de dinheiro. Lerner governou o Paraná de 1995 a 2002.

“Sinceramente, não lembro.” Segundo o ex-governador, o Banestado tinha autonomia para resolver operações bancárias:. “Só estou sabendo disso agora”, afirmou.

Suspeitas

O ex-secretário da Fazenda e e ex-presidente do Conselho de Administração do Banestado Giovani Gionédis afirmou que suspeitas envolvendo a agência de Nova York e o Banco del Paraná eram assunto corrente. “O Banco Central nos alertou que o Banestado era uma lavanderia na fronteira. Tanto que uma exigência para saneamento do Banestado antes da privatização era que a gente fechasse a agência de Nova York e a das Ilhas Cayman.”

Para Gionédis, o governo Lerner não pode ser responsabilizado pelas operações fraudulentas no Banestado.

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