Ingo será responsabilizado por compra de créditos tributários

A CPI da Copel recomendou aos Ministérios Públicos Federal e Estadual a apuração de responsabilidades do ex-secretário da Fazenda e ex-presidente da Copel, Ingo Hübert, e de outros envolvidos na operação de compra de créditos tributários pela estatal da empresa declarada falida Olvepar, no valor de R$ 39,6 milhões. O relatório sugere o rastreamento dos valores recebidos pela Olvepar para identificar os beneficiários finais da operação. A CPI também soliticou ao Ministério Público Estadual que investigue o envolvimento do doleiro Alberto Youssef na operação.

No relatório final da Comissão, lido ontem em plenário, são citados como implicados diretos no caso os procuradores da Olvepar, Luiz Sérgio da Silva e Antonio Carlos Pieruccini e o empresário Rogério Figueiredo, que aparece como sócio de uma das empresas que receberam parte dos recursos. Figueiredo, conforme documento anexado ao relatório, é funcionário do Tribunal Regional do Trabalho, no Rio de Janeiro, cedido ao gabinete do Bispo Rodrigues, presidente nacional do PL.

A Comissão também apontou Hubert como principal responsável em uma outra operação apontada como irregular, a da contratação, sem licitação, da Associação dos Diplomados das Faculdades de Economia e Administração da USP(Adifea) para recuperar créditos tributários da Copel por R$ 16 milhões. Neste caso, o relatório recomenda que a Copel ajuize ações requerendo a nulidade do contrato e a restituição aos cofres públicos dos valores pagos irregularmente à Adifea.

No caso Adifea, o relatório cita que dos R$ 16 milhões pagos à entidade, R$ 15 milhões teriam sido repassados para uma empresa subcontratada para o trabalho, a Embracon – Empresa Brasileira de Consultoria. Esta empresa teria distribuído os recursos para 36 pessoas físicas e jurídicas. A conclusão do sub-relator é que algumas das empresas que se beneficiaram com o dinheiro recebido pela Adifea também teriam lucrado com a operação Olvepar.

Responsabilidades

Hübert também foi citado no relatório da sub-comissão que investigou as parcerias privadas da Copel. Além do ex-presidente da empresa, a CPI nominou os ex-funcionários da empresa, Walfrido Ávila e Luiz Alberto Blanchet, e o empresário Donato Gulin como envolvidos num contrato irregular da estatal de energia com a Tradener, empresa que comercializava o excedente de energia da Copel.

Quanto à outra operação investigada pela CPI, a da compra pela Copel de R$186 milhões em ações da Sercomtel, a companhia telefônica de Londrina, em 98, a recomendação é para que seja instaurado um processo administrativo para apurar os responsáveis pelo negócio. O relatório também recomenda a venda das ações.

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