Índios e agricultores querem paz em Laranjeiras do Sul

Em audiência com os secretários da Agricultura, Orlando Pessuti, e da Justiça e Cidadania, Aldo Parzianello, na última quinta-feira, a comissão de índios e agricultores, formada em audiência pública na Assembléia Legislativa, garantiu o apoio do governo estadual na tentativa de evitar possíveis conflitos pela posse de terra na região de Laranjeiras do Sul. Os secretários vão a Brasília no final do mês, quando devem entregar ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, documento da comissão apontando propostas e alternativas ao conflito.

Técnicos do ministério definem dentro de 40 dias se a localidade de Posto Boa Vista, em Laranjeiras do Sul, será definitivamente demarcada como reserva indígena. Na área de 7.344 hectares habitam cerca de 170 famílias.

A comissão defende que, na iminência da devolução da terra aos povos indígenas, se faça uma parceria entre os governos estadual e federal a fim de resolver problemas de titulação das áreas, conferida no passado pelo Estado. E a indenização das propriedades – e não só das benfeitorias – prevista pela Funai. Participaram da reunião o deputado Elton Welter (PT), o indigenista Edívio Battistelli, o administrador regional da Funai, Valdemar Ramalho, o chefe da Divisão Técnica do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes, o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT-PR) e presidente da comissão para este assunto, Dionísio Vandressen, e o presidente da Fundação Rureco, Altair dos Passos, além de lideranças indígenas e dos agricultores.

O representante do Incra lembrou que as benfeitorias na área, por si só, somam de 15% a 20% do valor a ser pago aos agricultores. E observou que se agricultores familiares preferirem ser reassentados em outra área em vez de receber pagamento pela terra, poderão se enquadrar no processo de assentamento da reforma agrária, e de forma prioritária, conforme prevê a legislação para esse caso.

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