Impeachment de Yeda começa a tramitar na Assembleia

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), leu na sessão plenária de hoje o requerimento do pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB).

No texto de 23 páginas, Pavan sustentou que há indícios de que Yeda tinha conhecimento de fatos relacionados a irregularidades na gestão do Detran, manteve o esquema que, segundo a Polícia Federal, desviou R$ 44 milhões da autarquia até ser descoberto no final de 2007, permitiu ações de seu governo destinadas a favorecer a fraude e não adotou providências para afastar auxiliares suspeitos de prática de irregularidades.

O ato marca o início da tramitação do processo de afastamento formulado pelo Fórum de Servidores Públicos Estaduais (FSPE) no dia 9 de julho e foi festejado por cerca de 250 sindicalistas que entoaram o hino do Rio Grande do Sul e gritaram “Yeda, fora” ao final da leitura.

Apesar de gerar desgaste ao governo, o pedido tende a ser rejeitado logo na primeira fase, segundo previsão tanto dos aliados de Yeda quanto da oposição.

As bancadas têm prazo até sexta-feira para indicar seus representantes na comissão especial de 30 deputados que será formada para avaliar se a denúncia deve ou não ser apreciada na Casa, sem entrar no mérito da questão. A comissão será nomeada no dia 23 e deve escolher seu presidente e relator no dia 29. O relator terá prazo até o dia 8 de outubro para emitir seu parecer, que, depois disso, terá de ser aprovado na comissão, publicado, lido em plenário e aprovado em plenário, etapas que demandam de uma a duas semanas de prazo.