Iatauro já começa articular a área política do governo

O conselheiro Rafael Iatauro está oficialmente desligado do Tribunal de Contas do Estado. O decreto de sua aposentadoria foi publicado no Diário Oficial do Estado, anteontem, abrindo mais uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas, cuja indicação cabe ao governador, que escolherá um entre os sete auditores do órgão. Com a aposentadoria, Iatauro está pronto para assumir a Chefia da Casa Civil, a partir de 1.º de abril, quando o atual ocupante do cargo, Caíto Quintana, retorna à Assembléia Legislativa para concorrer à reeleição como deputado estadual.

Na fase de aquecimento para assumir a articulação política do governo, o conselheiro promove na próxima quarta-feira, dia 15, em Curitiba, um jantar para um grupo de prefeitos, deputados estaduais e os colaboradores que havia reunido para o seu projeto de campanha à Câmara dos Deputados. Iatauro se organizava para disputar a eleição para deputado federal, quando foi chamado pelo governador Roberto Requião (PMDB) para substituir Quintana.

São os primeiros contatos do futuro secretário, que será responsável pela linha política do governo nos próximos meses, um período considerado como um dos mais delicados, já que coincidirá com a campanha eleitoral, onde vários aliados do governo estarão disputando cargos. Caberá a Iatauro coordenar a ação do governo no momento em que o governador Roberto Requião estará voltado para a sua candidatura à reeleição.

Iatauro antecipou sua aposentadoria, que deveria ser compulsória, já que completa 70 anos em julho, para assumir a Casa Civil. É a segunda vez que se mobiliza para ocupar o cargo. No ano passado, sua posse chegou a ser anunciada, em meio a uma negociação para que Quintana fosse indicado conselheiro. Mas o atual chefe da Casa Civil desistiu de ir para o Tribunal de Contas e o conselheiro ficou fora do governo.

Negociações

Neste momento, são duas as vagas em aberto no tribunal. A primeira, desocupada com a morte do conselheiro Quielse Crisóstomo, será preenchida a partir da próxima semana, quando a Assembléia Legislativa fará uma eleição para escolher o próximo integrante do TC. O candidato da base governista é o vice-governador Orlando Pessuti, que disputa o cargo com outros 23 postulantes.

Para o lugar de Iatauro, a indicação é do governador. Mas não é de livre escolha, já que a vaga deve ser preenchida por um dos sete integrantes do corpo de auditores do TC. Nos bastidores, está sendo articulada a nomeação de Caio Soares, indicado em 2000 pelo ex-governador Jaime Lerner, de quem foi assessor especial. Caio e Jaime Lechinski foram os dois auxiliares que Lerner nomeou ao tribunal e que ainda são objeto de contestação jurídica da aplicação da lei estadual, que segundo algumas interpretações estabelece que o cargo deveria ser preenchido por concurso público.

Conforme fontes do TC, Caio Soares já demoveu alguns obstáculos políticos à sua escolha pelo governador. O auditor, conforme essas fontes, foi buscar o apoio do senador José Sarney, que teria pedido a Requião a retirada do veto à indicação do ex-assessor de Lerner.

Dos sete auditores, apenas dois – Marins Alves de Camargo Neto e Roberto Macedo Guimarães – não podem ser indicados, já que completaram a idade limite de 65 anos. Os demais – Sérgio Valadares Fonseca, Ivens Linhares, Eduardo Souza Lemos – estão em condições de concorrer ao cargo.

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