Enquanto o novo governador, Beto Richa (PSDB), reclama da situação financeira em que encontrou o Estado, o presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Hermas Brandão, garante que seu sucessor, conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães, não terá problemas com dinheiro em sua gestão.

continua após a publicidade

Hermas Brandão divulgou balanço ontem informando que deixa a presidência da corte com R$ 59,8 milhões em caixa. Guimarães assume o comando do Tribunal na próxima quinta-feira.

“Cortamos despesas de custeio e conseguimos fazer os investimentos que a Casa necessitava para se modernizar”, afirmou. Ele reconheceu que “os avanços conquistados no biênio 2009-10 são reflexo, também, das iniciativas adotadas pelas gestões que o antecederam”.

Hermas entrega o cargo em solenidade programada para a quinta-feira da semana que vem, às 15 horas, no Plenário do TCE, no Centro Cívico, em Curitiba. Mas os R$ 59,8 milhões, consignados nos registros contábeis do Tribunal no dia 31 de dezembro de 2010, já têm destino definido: parte dos recursos sustentará as despesas correntes do órgão, às quais será incorporada a recomposição salarial de 13,72% dos servidores da Casa, aprovada pela Assembleia Legislativa no último dia 8 de dezembro.

continua após a publicidade

Também serão usados para fazer frente às readequações salariais causadas pelas modificações de 2010 no Plano de Cargos, Carreiras e Salários do TCE. Reivindicação antiga dos servidores, o PCCS foi criado e implantado sob a presidência do conselheiro Nestor Baptista, no biênio 2007-08.

Outra parcela dará suporte ao programa de modernização das atividades de controle externo das contas públicas, como o processo eletrônico, que promete eliminar o papel dos trâmites da corte. Aquisição de veículos, equipamentos e modernização da rede de dados também estão nos planos.

continua após a publicidade

“Mas a racionalização dos gastos não proporcionou ganhos apenas durante o biênio, mas permite projetar ganhos sustentáveis num horizonte temporal mais amplo”, disse a diretora-geral do TCE, Solange Isfer.

Ao assumir as atividades de monitoramento de segurança e catracas até então sob a responsabilidade de empresa privada, o Tribunal estima economia de R$ 4,8 milhões nos próximos cinco anos. Por sua vez, a redução no quadro de servidores terceirizados deverá garantir economia de R$ 11,4 milhões no período.

Um dos motivos do saldo positivo foi o convênio firmado em setembro passado entre o TCE e o ParanaPrevidência, que proporcionou a devolução de R$ 25 milhões ao tribunal como compensação pelo pagamento das aposentadorias dos servidores que tiveram seus benefícios assumidos pelo fundo, por força da Lei 12.398/98. O acordo também transferiu para o fundo o pagamento de parte da folha de aposentados e inativos do TCE, gerando economia de R$ 5,2 milhões ao ano.