Governo vai reunir as empresas de pedágio

O governo do Estado vai chamar as empresas concessionárias do pedágio para uma reunião na próxima semana. O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, confirmou que irá convidar os advogados das concessionárias para um primeiro encontro conjunto para tratar do assunto, que é prioridade do governador Roberto Requião (PMDB).

Ontem, Requião reuniu os líderes da sua base de sustentação na Assembléia Legislativa em um café da manhã no Palácio Iguaçu e pediu a ajuda dos deputados aliados para reduzir a tarifa do pedágio nas estradas do Paraná.

O secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, disse que, de um jeito ou de outro, o governo quer resolver a questão em no máximo sessenta dias. Quintana disse que antes de concluída a CPI do Pedágio – com prazo de duração de 120 dias e que ainda não foi instalada – o governo apresenta uma saída definitiva para o impasse com as concessionárias que cobram o pedágio. “Antes da metade deste prazo o problema do pedágio estará resolvido, de uma forma ou de outra”, afirmou.

O procurador-geral do Estado afirmou que já foram feitos contatos isolados com os representantes das empresas. E que agora é a hora de uma conversa coletiva. A expectativa de Botto de Lacerda é que as empresas entrem num acordo com o governo para, espontaneamente, baixar o valor das tarifas. “Vamos conversar mais detalhadamente sobre o assunto nesta conversa”, disse.

É sério

Quintana disse que as concessionárias ainda não se manifestaram. O que no entendimento do governo significa que as empresas não estão levando a sério a promessa do governador de que ou as tarifas são reduzidas ou a cobrança será extinga. “Acho que elas não se conscientizaram de um fato: as tarifas do pedágio no Estado vão ser reduzidas ou vão acabar. Essa não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso sério do governo e vai acontecer”, afirmou.

Para o secretário da Casa Civil, o governo não teria dificuldades para extinguir o pedágio. “Da parte do governo, o mais fácil seria acabar com o pedágio no Paraná. Se não houver algum tipo de manifestação por parte das concessionárias, existe a possibilidade de o governador Roberto Requião assinar um decreto para resolver o assunto.”

Requião recomenda união aos aliados

O governador Roberto Requião (PMDB) recomendou ontem aos líderes dos partidos da sua base de sustentação na Assembléia Legislativa mais unidade em torno do líder do governo, deputado Ângelo Vanhoni (PT). A solicitação de Requião foi feita durante o café da manhã com seus líderes aliados, em que os convidados foram, além de Vanhoni, os líderes do PMDB, Antônio Anibelli, do PT, Luciana Rafagnin, do PDT, Neivo Beraldin, do PL, Edson Praczyk, do PSC, Mauro Moraes, do PSB, Ratinho Júnior, o representante do PPS, Marcos Isfer, e o 1.º secretário da Assembléia Legislativa, Nereu Moura (PMDB).

Requião tem adotado a postura de deixar que os deputados aliados resolvam seus próprios conflitos, sem interferir nos assuntos da Assembléia. Mas alguns descompassos na condução do bloco governista, sobretudo as disputas internas por cargos nas comissões parlamentares de inquérito, onde os próprios aliados não se entendem sobre as indicações para as funções de presidente e relator, suscitaram a declaração do governador durante o café da manhã. De acordo com os relatos dos participantes do café, o governador falou em em tom ameno, sem o caráter de reprimenda.

Vanhoni tem enfrentado dificuldades em impor um discurso único para a bancada. As divergências já começaram no processo de criação das CPIs, em que o líder defendia um número menor de comissões e deputados do PMDB, como Nereu Moura, e do PDT, pressionaram para que fossem preservadas as cinco propostas de CPIs.

O secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, disse que o poder Executivo sempre se manifestou preocupado com o excesso de comissões. Segundo ele, a base governista está percebendo agora essa preocupação. Segundo Quintana, ao tentar controlar as CPIs, a oposição está tentando impedir as investigações dos atos da administração anterior. Ele afirmou, entretanto, que o governo tem instrumentos para neutralizar a oposição e garantir o funcionamento das CPIs. “Estamos agindo”, avisou.

Diagnóstico

O governador convidou os 54 deputados para participar de um seminário no Canal da Música, na terça-feira. Requião irá apresentar um diagnóstico do Paraná, mostrando que o desempenho do Estado é um dos mais baixos no País no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). De acordo com o secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, o governador quer expor também para os deputados a desconfortável situação financeira que herdou da administração anterior para que haja compreensão dos motivos que o levaram a decretar a moratória de noventa dias.

Durante o seminário, os deputados terão uma conversa com técnicos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) que vão esclarecer pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O governador afirmou que seu objetivo é consolidar uma base de apoio na AL, mas qualificada. “E só quem conhece realmente o que está sendo proposto e quem participa dos debates pode votar em favor do governo e do povo”, declarou.

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