Governo não tem medo de Marcos Valério

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse que o governo não teme as revelações do publicitário Marcos Valério, que está negociando com o Ministério Público Federal sua colaboração com as investigações das denúncias do pagamento de propinas a deputados em troca de benefícios como réu, caso venha a ser condenado pela Justiça. "Nós não temos medo de investigação, de esclarecer nada. Aliás, eu vi uma notícia que o Marcos Valério disse que vai à Justiça contar tudo o que sabe. Eu estou louquinho para saber o que ele sabe", afirmou Bernardo, que veio a Curitiba assinar uma portaria de cessão de armazéns do extinto Instituto Brasileiro do Café a cooperativas do Estado.

Para o ministro, as investigações estão sendo feitas de forma adequada pela Polícia Federal, o Ministério Público, a Corregedoria da União, o Congresso, através da CPI, para fornecer as respostas à população, que está cobrando uma explicação às denúncias. À exceção de alguns setores da oposição que têm extrapolado nos ataques ao governo, a maior parte dos adversários está se comportando de forma equilibrada, afirmou Bernardo.

Reeleição

Sobre a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Paulo Bernardo disse que ainda é cedo para avaliar a repercussão das denúncias no projeto de um segundo mandato. Mas quanto ao direito de Lula se candidatar novamente, o ministro disse que ninguém abre mão, ao contrário do que defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Estamos passando por uma turbulência política que pode levar a uma reforma política. Isso pode mudar toda a questão política e eleitoral. Alguns vêm propondo até que seja proibida a reeleição, mas digo que não vamos aceitar. O jogo tem de ter regras claras, mas não pode ser mudado??, afirmou.

Para Bernardo, são infrutíferas as tentativas de enredar o presidente Lula nas acusações de irregularidades na relação com o Congresso Nacional. "O presidente não foi objeto de qualquer acusação. Isso é oposição, que está fazendo seu papel. Tem alguns que apostam que quanto pior melhor, eu considero que quanto pior, pior mesmo. Temos que tratar essas questões com mais substantivos e ações do que com adjetivos", declarou.

Sobre seu futuro no governo, Bernardo afirmou que cabe ao presidente Lula. Se o presidente quiser, ele permanece no cargo. Mas não descarta a saída para acomodar o PMDB, que deve ganhar mais um ministério na reforma que será concluída após a volta de Lula da França.

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