Para aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) o governo está negociando a possibilidade de destinar maior parcela de recursos arrecadados com a contribuição para área de saúde. Segundo fontes ouvidas, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Saúde, José Gomes Temporão, discutem a ampliação de recursos para o setor. A proposta foi retomada porque vários senadores sinalizaram para o governo, nessas últimas horas, que se for adotada essa mudança eles poderão votar favoravelmente à prorrogação da CPMF até 2011.
Esses senadores – entre eles alguns tucanos – querem que 100% da arrecadação sejam destinados ao setor de saúde. O governo acredita que com essa nova negociação poderá, de fato, conseguir os 49 votos necessários à aprovação da emenda. "Não foi à toa que o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), entrou e saiu do ministério da Fazenda defendendo essa medida", disse um assessor.
Mantega retornou ontem de São Paulo para se colocar à disposição para essas conversas, desde o início da manhã. Ele já se reuniu, além de Temporão, com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e o governador de Rondônia. Novas reuniões devem acontecer ao longo do dia para que o governo se assegure da obtenção dos 49 votos para a aprovação da CPMF. A estratégia é iniciar a discussão da medida, possivelmente ainda hoje, e submeter a votação no plenário do Senado, amanhã.