Governadores trocam apoios com petistas

Foto: Agência Brasil

Governador José Serra ganha 20 votos petistas em São Paulo.

A ativa participação dos governadores que tomaram posse no dia 1.º nos bastidores da eleição da Câmara e a influência que exercem sobre as bancadas estaduais foi decisiva para o sucesso da candidatura do líder do governo na casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a presidente do Legislativo.

Todos os 27 governadores foram procurados por Chinaglia e pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição. Cada um, ao próprio modo, declarou apoio num ou noutro, da forma que julgou mais conveniente no momento, como sempre ocorre nas negociações políticas. O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), jantou com Rebelo num dia e tomou café da manhã com o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara, no outro.

A favor de Chinaglia, pesou o fato de ele ter o que oferecer, como adesão à eleição dos presidentes das Assembléias Legislativas afinados com o respectivo governador, visto que o PT tem bancadas grandes na maioria dos Estados. O presidente da Câmara, pelo contrário, por ser de um partido pequeno, que elegeu apenas 13 deputados e que nem sequer conseguiu 5% dos votos nas eleições passadas, não teve moeda política para o escambo da hora.

Até que Rebelo se empenhou muito na busca de apoio dos governadores. Foi o primeiro a ter a idéia de correr atrás deles. Mas o pragmatismo o derrubou. No início da semana, ao saber que o PMDB se reuniria para decidir em quem votar, ele estava confiante. ?Falei com os sete governadores?, disse, no dia da reunião. No fim da tarde, foi comunicado de que a legenda votara a favor do candidato do PT de São Paulo a presidente da casa.

Os arranjos locais com a participação de Chinaglia e do PT ocorreram por toda parte. Em São Paulo, os petistas acenaram com a possibilidade de dar 20 votos ao candidato a presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo Vaz de Lima (PSDB). Pela contrapartida, exigiram que o governador José Serra (PSDB) deixasse de apoiar Rebelo.

Na Bahia, onde PT e PSDB são aliados contra o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), o governador Jaques Wagner (PT) decidiu apoiar para a presidência da Assembléia o candidato Marcelo Nilo (PSDB), da confiança do líder do partido na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA). Magalhães Júnior quis desvincular uma coisa da outra. ?A decisão do partido de apoiar a candidatura de Arlindo Chinaglia não tem nada a ver com a questão da Bahia porque há mais de três meses o governador Wagner tinha se decidido pelo PSDB, faltando apenas o nome. Anteontem à tarde, foi decidido que será Marcelo Nilo, realmente, muito ligado a mim?, disse. 

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