Governador reage à acusação de nepotismo

O governador Roberto Requião (PMDB) reagiu com indignação à reportagem sobre nepotismo na administração estadual publicada domingo no jornal Folha de S. Paulo. Na reunião com o secretariado, ontem de manhã, atribuiu as denúncias sobre a contratação de parentes aos seus adversários políticos do governo anterior.

O governador disse que as nomeações da sua equipe foram guiadas por critérios de confiança, competência e qualificação profissional e que não iria admitir “denúncias absolutamente infundadas” contra sua administração. “Não vai ser a visão estreita e medíocre da Folha de S.Paulo, alimentada evidentemente pelos nossos adversários, anunciantes generosos da imprensa brasileira, que vão fazer com que o governo mude a sua linha de austeridade”, afirmou.

Requião disse que assumiu o governo numa situação “extremamente difícil” e que precisou de pessoas de confiança ao seu lado. “Todos sabem. Todos são testemunhas de que eu peguei um governo em situação difícil, com dezenas de contratos lesivos ao interesse público, com fortíssimos indícios de corrupção, com o sucateamento dos serviços de saúde, educação e segurança. Por isso, eu precisei me cercar de pessoas de minha inteira e absoluta confiança para enfrentar este quadro de extrema dificuldade”, afirmou.

O governador relembrou que, durante a campanha eleitoral do ano passado, já havia anunciado a escolha do seu irmão, Mauricio, para a Secretaria de Educação. E assinalou que o critério foi o da competência. “Parentesco não é uma vantagem nem recomendação, mas também não é uma cláusula infamante. Os meus secretários são escolhidos pela competência. Se não funcionarem, são removidos pela incompetência. O resto é conversa mole”, disse.

Para o governador, “é extremamente mais nocivo contratar politicamente um mau administrador, apenas para fazer um acordo político, do que contratar uma pessoa que seja ligada a você”.

Herança

Requião disse que não tem se pronunciado sobre irregularidades do governo anterior, mas que não pode permitir que estas denúncias fiquem sem resposta. “Não é possível que esta canalha se levante com denúncias absolutamente infundadas e que a gente vá ficando silencioso sobre o que foi esta merda de governo que me sucedeu”, disse. O governador afirmou que a partir de agora irá revelar todos os gastos desnecessários realizados no governo anterior.

Ele acusou o ex-governador Jaime Lerner (PSB) de gastar R$ 600 mil ao ano em alimentação, após a desativação da cozinha do Palácio Iguaçu. Citou ainda despesas de R$ 4,5 milhões com o aluguel de um avião e outros R$ 9 mil com a locação de um helicóptero para uma festa de fim de ano que teria sido organizada na Ilha das Cobras, a residência de verão do governo.

O governador citou ainda a situação que encontrou no Porto de Paranaguá e a construção do Museu Oscar Niemeyer. “Esquecem ou não citam que o Porto de Paranaguá estava em processo de privatização, sendo palco de desmandos, com graves prejuízos para nossos exportadores e para a economia paranaense. Não citam, também, que desarmamos uma maracutaia no Museu Oscar Niemeyer, de R$ 17 milhões. Só para citar dois exemplos”, disse Requião.

Voltar ao topo