Governador eleito faz balanço positivo de 2002

O governador eleito Roberto Requião (PMDB) fecha 2002 com um saldo eleitoral invejável. Amanhã, retorna ao Palácio Iguaçu para comandar novamente o Estado embalado por 2,68 milhões de votos e em seguida viaja para festejar a posse do seu candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação do governador eleito, o ano que passou pode ser visto de duas formas. Foi um dos piores do ponto de vista econômico para a população e o setor produtivo, mas politicamente foi o ano do renascimento da esperança. Requião destaca que o País apostou em uma mudança e trouxe de volta a esperança, massacrada por quase oito anos de neoliberalismo adotado pelos governos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do governador Jaime Lerner (PFL).

“O ano de 2002 foi um dos piores do reinado tucano. A nossa dívida interna bateu a incrível marca dos 60% do PIB, um número internacionalmente sem competição. Caíram as exportações e o desemprego bateu novos recordes. O poder aquisitivo dos trabalhadores desabou pelo sexto ano consecutivo e também atingiu marcas negativas jamais vistas. A distribuição de renda piorou ainda mais, se é que possível piorar um quadro inalterado há 30 anos. E para coroar isso tudo, vimos a volta da inflação, o dragão que os tucanos disseram ter domado, senão mesmo definitivamente abatido”, analisou o governador eleito.

Para Requião, as políticas de exclusão social acrescentaram alguns milhões a mais no grupo dos brasileiros que vivem à margem da sociedade. E o que havia sido apresentado à população como governos da modernidade, revelaram-se ao final como a “vanguarda do atraso”, comparou. Requião disse que, no balanço dos oito anos de FHC, é difícil encontrar algum setor em que o Brasil tenha apresentado avanços. E acrescentou que no Paraná, onde se reproduziu a mesma linha do governo federal, também são encontrados os mesmos problemas.

Mas o ano de 2002 tem uma outra face, frisou Requião. Segundo o governador eleito, nas urnas foi forjada a expectativa de um novo tempo, com a população resgatando a utopia de uma sociedade socialmente justa. “Se o ano 2002 foi tão ruim assim, ou ainda um pouco pior, ele também foi o ano da reafirmação da esperança na possibilidade de construirmos um Brasil e um Paraná justo, fraterno e feliz. O ano de 2002 poderia ser classificado como o ano inaugural de um novo tempo, como o primeiro dia da criação, o primeiro dia da construção da mais bela das utopias que o homem jamais ousou sonhar. A utopia da fraternidade, da justiça, de uma sociedade boa para todos, sem desigualdade, sem exploração, sem a humilhação da exclusão”, comentou.

Requião disse que está otimista em relação ao futuro. Requião observa que, apesar da pesada herança que tanto ele como Lula vão receber de seus antecessores no cargo, nada aniquila o compromisso da mudança. ” Nessas eleições, os brasileiros e paranaenses deixaram clara sua opção pelas mudanças, pelas transformações. Vai ser uma tarefa difícil. Lá e cá, em Brasília e em Curitiba, estamos recebendo uma herança bastante pesada. No entanto, não há nada que desanime a nossa decisão de mudança. Sou um otimista e contamos com um povo trabalhador, decidido, corajoso para vencer as dificuldades deste momento. Nada vai nos deter na decisão de mudar. Vem ai um novo tempo, um bom tempo. Juntos vamos construir o que há tanto tempo sonhamos”, afirmou.

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