Governador descarta mudanças no secretariado

O governador Roberto Requião (PMDB) desencorajou ontem o movimento dos deputados estaduais do PMDB pedindo mudanças no secretariado para que tenha uma feição mais política e menos técnica.

“Não estou pensando em mudança, nem no governo e nem na Assembléia”, ironizou o governador. Ele disse que a equipe deve ser mais técnica e eficiente. “Não é um secretariado para pequenos favores para companheiros em véspera de eleição”, afirmou.

Para o governador, a defesa de um secretariado mais político corresponde a uma concepção de tratamento diferenciado na distribuição de verbas entre prefeitos da oposição e da situação. “Falar em secretariado político é falar em discriminação na distribuição dos recursos públicos e isso não vai acontecer no Paraná”, declarou. E continuou: “No Paraná, o tratamento aos prefeitos deve ser harmônico e igualitário. Situação e oposição têm que ter os mesmos direitos.”

Requião negou que vá efetuar qualquer alteração no primeiro escalão por conta de eventuais afastamentos de secretários que venham a disputar as eleições municipais. O governador disse que não tem conhecimento de nenhum integrante que vá se desincompatibilizar para concorrer. O prazo vence em junho e alguns nomes do secretariado estão sendo citados como possíveis candidatos a vice-prefeito em Curitiba numa provável aliança com o PT.

Descentralizar

Os deputados peemedebistas têm defendido algumas trocas na equipe – eles não citam nomes – para neutralizar o que descrevem como estilo “concentrador” do governador. O deputado Alexandre Curi observa que, nas ausências do governador, o secretariado fica paralisado. Para Curi, os secretários poderiam ter mais autonomia política para atuar quando o governador não está presente. Curi é um dos nomes defendidos pela bancada para vir a integrar o primeiro escalão do governo no caso de uma mudança na equipe.

O líder do governo na Assembléia Legislativa, Natálio Stica, acha que a insatisfação dos deputados na relação com os secretários já está sendo solucionada com as reuniões que têm promovido entre a bancada aliada e os titulares de algumas pastas, semanalmente. “Eu estou fazendo o meu papel de ligar a bancada de apoio às secretarias. As reuniões têm sido produtivas. Acho que não se trata de mudar nomes, mas mudar a maneira de trabalhar para buscar eficiência”, comentou.

PMDB/PR reúne lideranças em Foz

O diretório regional do PMDB promove hoje e amanhã em Foz do Iguaçu, o encontro estadual do partido, que entre outros temas, irá discutir as eleições municipais deste ano. O governador Roberto Requião (PMDB) abre o encontro com um balanço da sua administração. Ontem, Requião disse que vai esperar pelas convenções do partido nos vários municípios para depois se manifestar sobre as alianças que estão sendo costuradas pelas candidaturas peemedebistas.

Requião afirmou que, pessoalmente, já manifestou em diversas ocasiões sua preferência por coligações do PMDB com o PT e o PPS. Mas, neste momento, não pretende atropelar o processo partidário nos vários municípios. Anteontem, o presidente estadual do PT, André Vargas, defendeu a intervenção de Requião nas negociações de alianças nos maiores colégios eleitorais, onde PT e PMDB estão lançando candidaturas próprias. “Por enquanto, ainda não existem alianças. E eu só vou tomar posição depois das convenções. Não posso me colocar acima do partido”, declarou.

Manifesto

Em Curitiba, apesar de a aliança entre PT e PMDB estar quase acertada, a ala pró-candidatura própria ainda não se deu por vencida. Um dos pré-candidatos do partido, o deputado federal Gustavo Fruet, vai aproveitar o encontro para entregar ao presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino Gustavo da Silva, o manifesto do partido pela candidatura própria.

Conforme o deputado, o manifesto já conta com mais de 3 mil assinaturas, incluindo as de secretários de Estado, deputados, vereadores e lideranças peemedebistas de todas as regiões do Paraná. “É uma manifestação clara de que o partido deseja construir um projeto próprio para o Estado e o país, começando pelas eleições municipais deste ano”, afirma Fruet.

Gustavo, terceiro vice-presidente nacional do PMDB, observa que a Executiva Nacional orientou os diretórios municipais a lançar candidaturas próprias nas eleições de outubro lembra que existe uma resolução da Executiva Nacional recomendando o lançamento de candidaturas próprias a prefeito em todo o país.

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