O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), é alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (30) em investigação do MPF (Ministério Público Federal) sobre supostos desvios em contratos relacionados à Saúde. A Polícia Federal (PF) cumpriu os mandados na residência oficial do governador em Florianópolis. Além do governador, mais dois ex-integrantes do governo catarinense também tiveram mandados de busca autorizados contra eles pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

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Moisés tem atualmente dois processos de impeachment contra ele aprovados na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). Um deles é justamente pela suspeita de desvios que motivou a busca realizada pela Polícia Federal.

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Segundo o MPF, o governador teria participação na compra emergencial de 200 respiradores pulmonares por causa da pandemia do novo coronavírus. A aquisição, no valor de R$ 33 milhões, foi feita junto à uma empresa particular e tem seu contrato sob suspeita pelas investigações. Os respiradores nunca foram entregues e o caso já motivou a saída dos secretários estaduais da Saúde e da Casa Civil.

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As buscas desta quarta tem 30 agentes da PF. No total, são cumpridos cinco mandados expedidos pelo STJ. A operação foi chamada de Pleumon e dá sequência à Operação O2, realizada ainda em maio dentro da mesma investigação.

São investigados os crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção, concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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MPF vê estrutura criminosa No pedido feito ao STJ para os mandados, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo justificou que os mandados eram necessários para apurar se a ordem de pagamento partiu de Moisés. O MPF também investiga a suposta lavagem do dinheiro desviado, que teria sido feita mediante ocultação e distanciamento da origem dos recursos públicos.

“Tais delitos comprometem a higidez e a credibilidade do governo do estado de Santa Catarina e põe em risco a saúde e a vida de toda a população catarinense, acometida dos males decorrentes do covid-19”, afirmou Lindôra em nota do MPF.

A subprocuradora-geral afirma que os supostos desvios são “fatos praticados em contexto de suposta criminalidade organizada, sofisticada e estruturada com os mais altos aparatos de poder, contando com a articulação de agentes com poder econômico, elevado conhecimento jurídico, forte influência política e, inclusive, a autoridade máxima do Poder Executivo catarinense.”