O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou na sexta-feira (28), durante palestra, as constantes trocas de partidos, que em sua avaliação “tinham chegado a um limite que a vista já não alcança”. “Basta mencionar uma palavra e todos vão entender: mensalão”, disse o ministro. “Não era troca partidária meramente por conveniência política”, afirmou, durante curso na Escola Judicial da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul.

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Contudo, Mendes negou que estivesse manifestando posição sobre o processo, que será julgado no STF. “Não, eu estou dizendo que a prática pode ter chegado até mesmo a um fenômeno de corrupção na vida política, no que diz respeito à fidelidade partidária”, ponderou. Ao abordar temas polêmicos que o STF tem em pauta, Mendes acredita que o poder de investigação do Ministério Público começará a ser avaliado. Ele disse considerar o caso do mensalão importante, pois afeta garantias individuais.

Mas ele acredita que há poucas sessões antes do recesso do Judiciário para que a questão seja apreciada ainda este ano. “A rigor, precisamos dar uma resposta para o futuro, saber o que o Ministério Público pode ou não pode”, afirmou. O presidente do Supremo preferiu ainda não comentar a possibilidade de a defesa do banqueiro Daniel Dantas usar discursos de ministros do Supremo para tentar desqualificar o delegado Protógenes Queiroz – mentor da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro – e o inquérito policial. “É uma questão que está correndo na primeira instância e não tenho posição sobre isso”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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