Força-tarefa do INSS chega amanhã a Curitiba

A força-tarefa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chega amanhã a Curitiba, iniciando a apuração do suposto esquema de fraude contra o instituto. As dez empresas do Paraná acusadas de apropriação indevida de pelo menos R$ 24 milhões – o rombo, no entanto, pode chegar a R$ 168 milhões, conforme o Serviço de Inteligência Fiscal – deverão ser rigorosamente questionadas e fiscalizadas. Ontem, os seis servidores exonerados negaram envolvimento na fraude, durante entrevista veiculada pelo telejornal Paraná TV, do grupo RPC. “Esperamos que tudo seja esclarecido. Se existe algum culpado que ele pague por isso e se não existe, que seja brevemente esclarecido”, declarou ontem a superintendente do INSS no Paraná, Elisabeth Lobo Elpo. Segundo ela, o INSS local ainda não teve conhecimento sobre o processo. “O processo já está reunido e formalizado, mas Brasília não nos repassou nada”, garantiu.

Clima tenso

De acordo com a superintendente, o clima está tenso na instituição. “Nós estamos vivendo um momento difícil em que as empresas estão se abrindo para nova fiscalização. O clima na organização está muito ruim”, comentou. “Estamos tentando fazer com que os funcionários trabalhem, atendam bem o público, de forma organizada, a ponto de que a população não seja prejudicada mais uma vez”, acrescentou.

Está prevista a vinda do corregedor do INSS, Gilberto Waller Junior, e o diretor da Arrecadação Previdenciária, Carlos Bispo. Ainda não confirmou presença o diretor de Orçamento e Logística, João Angelo Loures.

Ontem três funções (das seis em que os funcionários foram exonerados) já foram ocupadas: Paulo Vicente de Jorge foi designado como o gerente-executivo do INSS Paraná; José Américo Pereira do Amaral assumiu a área de Fiscalização das Contribuições Previdenciárias e Denise Mardegan Mota está na área de Arrecadação. Todos vieram de São Paulo. As outras três funções continuam vagas. Os servidores designados para os novos cargos vão atuar por período de 60 dias -prazo que a comissão tem para apurar as denúncias.

Funcionários negam

Os seis funcionários exonerados na segunda-feira pelo ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, negaram ontem em entrevista ao Paraná TV envolvimento com o suposto esquema de fraude. “A gente pede que seja feita quebra de sigilo bancário, telefônico, o que for preciso”, declarou Sérgio Bilotta, ex-chefe de Divisão de Arrecadação. “Não temos conhecimento de nada, não fomos comunicados oficialmente”, afirmou a ex-gerente executiva, Laura Cristina Bianco da Costa. “Não sou auditora”, completou, acrescentando que, portanto, não teria competência de fiscalizar ou mesmo facilitar as operações de fraude.

O Clube Atlético Paranaense, na lista da dez empresas beneficiadas, também negou envolvimento com o suposto fraude, assim como as demais. Em coletiva ontem à imprensa, informou que aderiu ao programa de Refinanciamento de Créditos Tributários (Refis) e que não entende o que aconteceu.

Constrangimento

O Sindicato dos Auditores Fiscais da Previdência Social do Paraná (Sinfispar) enviou ontem e-mail ao jornal O Estado do Paraná questionando a matéria publicada no domingo sobre os supostos acusados do rombo na Previdência. Conforme o texto, “o questionamento se refere aos nomes citados em ambas matérias (O Estado e O Globo) antes mesmo de serem publicados no Diário Oficial, o que causou constrangimento para alguns profissionais que chegaram na segunda-feira, dia 6, para trabalhar e ficaram sabendo que haviam sido exonerados de seus cargos.” Os seis funcionários exonerados são filiados ao Sinfispar.

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