Fiep se mobiliza para adiar votação de projeto

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) quer adiar a votação do projeto de lei 285/99, que modifica a área de Mata Atlântica de todo o País. A proposta, que entra em votação amanhã na Câmara dos deputados, atingiria o Paraná, já que impediria o corte e a supressão vegetal em todo o Estado, afetando principalmente o agronegócio, com conseqüências para toda a economia do Paraná.

Em função disso, a Fiep pede que o projeto saia de pauta e seja submetido a um estudo mais aprofundado. A federação reivindica uma análise sobre o impacto na economia local e a reavaliação do total da área que deve ser protegida.

A decisão foi tomada depois de um encontro com a bancada parlamentar da silvicultura. “Queremos retirar o projeto da pauta porque não há estudos suficientes para a discussão dessa lei e das conseqüências que ela vai trazer. Os impactos vão comprometer toda a atividade econômica e afetar o nível de emprego do Paraná”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Só no setor de extração de base florestal, são 150 mil empregos diretos e 750 mil indiretos.

Para retirar a proposta de pauta, o presidente do Sistema Fiep, está encaminhando documentação ao governador Roberto Requião (PMDB), vai conversar com a bancada paranaense amanhã, em Brasília, e convocar a Confederação Nacional da Indústria a impedir a votação.

A proposta em votação faz com que a Mata Atlântica, que hoje ocupa 10% da área do Paraná, seja ampliada para 95% do território estadual. “A medida atinge todos os setores ligados à produção da terra”, afirma o deputado César Silvestri, do PPS. O projeto protege áreas consideradas de valor paisagístico. “Se acharem uma bracatinga bonita, toda a exploração de uma região pode ficar impedida.”

O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal, Roberto Gava, diz que o projeto de lei 285/99 impede inclusive o plantio de qualquer cultura, como soja. “Neste ano, o setor de base florestal exportou US$ 442 milhões. As vendas de soja, no mesmo período, foram de US$ 987 milhões. Com a lei, a esta renda se perde”, afirma.

Gava explica que o setor de agronegócio não quer prejudicar a proteção da Mata Atlântica. “Apenas queremos que fiquem na área já definida pelo IBGE em 1988”, diz.

Voltar ao topo