Experiência é marca comum aos candidatos a governador

ROBERTO REQUIÃO

O candidato ao governo, senador Roberto Requião (PMDB), disse que, se eleito, não fará um governo de “terra arrasada” e que após a confirmação de sua eleição, irá telefonar ao governador Jaime Lerner (PFL) para marcar uma visita ao Palácio Iguaçu, onde pretende discutir não apenas a transição, mas o orçamento do próximo ano. Requião disse que seu primeiro olhar como governador será para os dois milhões de paranaenses que se situam abaixo da linha de miséria.

Combate à miséria

– Qual será a prioridade do seu governo?

A prioridade do governo será o combate à miséria. A primeira será a abertura de frentes de trabalho, para gerar emprego e renda aos que estão no desespero. Vamos isentar da taxa mínima de água e energia as famílias de baixa renda. Ainda, vamos antecipar o reforço da merenda escolar, com o fornecimento de um litro de leite por dia para as crianças que ainda não estão em idade de freqüentar o ensino. Paralelamente a isso, estaremos implantando o maior e melhor programa para a geração de empregos que o País já viu, para o qual está voltado todo o meu programa de governo.

– Como o senhor fará para alcançar esse objetivo?

A criação de frentes de trabalho será feita em parceria com as prefeituras, para realizar obras de infra-estrutura como calçamento de ruas e recuperação de estradas rurais, construção de casas populares, saneamento e drenagem de águas pluviais, recuperação de áreas atingidas pela erosão, reformas de escolas, entre outras atividades, dando ocupação e salário a milhares de paranaenses hoje marginalizados. Como complemento queremos implementar programas de capacitação profissional para as pessoas envolvidas nessas frentes. Com os cortes que vamos fazer no orçamento relativos à propaganda, investindo R$ 30 milhões, vamos dar um litro de leite por dia para cada criança de família com renda per capita inferior a R$ 80,00 mensais, até que essas crianças entrem em creche ou escola publicas e recebam a complementação alimentar da merenda escolar. Vamos liberar dez metros cúbicos de água e 100 quilowatts de energia elétrica, por mês, gratuitamente para as famílias mais pobres.

– Quais os programas executados pelo atual governo que o senhor irá manter e quais irá extinguir?

Pretendemos fazer uma análise detalhada dos programas do atual governo. Antecipo que pretendo manter alguns programas na área agrícola, setor em que o ex-secretário Antônio Leonel Polloni, que hoje está integrado à nossa campanha, teve um grande desempenho. Programas como a Fábrica do Produtor e outros na área da agricultura familiar. Pretende analisar o programa das Vilas Rurais, que precisa ser readequado. Mas, tudo vai depender de uma análise mais detalhada, a qual pretendo me dedicar logo depois da eleição. Vou ligar para o Jaime Lerner e marcar uma visita ao Palácio para discutir transição e orçamento.

– Qual será sua primeira medida ao tomar posse?

Apesar disso, já no primeiro dia, pretendo assumir pessoalmente a Secretaria da Segurança para promover a limpeza na polícia. Essa limpeza é emergencial e não vou esperar um dia para começá-la. Também pretendo, dia 1.º de janeiro, agendar uma data para, junto com os professores, remover as grades que cercam o Palácio Iguaçu.

O advogado

Roberto Requião de Mello e Silva nasceu em Curitiba, a 5 de março de 1941, filho do médico e ex-prefeito de Curitiba, Wallace Thadeu de Mello e Silva e de Lucy Requião de Mello e Silva. É casado com Maristela Quarenghi de Mello e Silva e pai de Maurício Thadeu de Mello e Silva e Roberta de Mello e Silva. Começou sua atuação como advogado de associações de moradores. Foi deputado estadual de 1983 a 1985, prefeito de Curitiba de 1986 a 1989, secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná de 1989 a 1990, governador do Estado do Paraná de 1991 a 1994 e, eleito senador da República em 1994, com a maior votação proporcional da história do Paraná.

É formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e, em Jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Fez pós-graduação em Planejamento Urbano pela Fundação Getúlio Vargas. Como senador presidiu a Comissão de Educação e Comunicação do Senado Federal e foi relator da CPI que investigou desvios de Títulos Públicos em estados e municípios . É membro da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Recentemente, foi eleito presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

Ênfase ao social

Implantou o programa Casa da Família, que viabilizou mais de 59 mil habitações à população de baixa renda; em parceria com o Exército Brasileiro construiu a Ferroeste, ligando Guarapuava a Cascavel; implantou o programa Panela Cheia, que financiava agricultores com equivalência em produtos; o Bom Emprego, criando linhas de crédito para investimentos e capital de giro para pequenas e médias empresas gerando, desta forma, mais de 150 mil empregos; levou para todo o Estado o programa Escola Oficina, destinado a crianças de rua; duplicou a rodovia Curitiba-Garuva (SC); iniciou as obras da ponte Guaíra-Novo Mundo e concluiu as obras da usina hidrelétrica de Segredo e iniciou a de Salto caxias, no Rio Iguaçu.

ÁLVARO DIAS

O candidato do PDT ao governo, senador Alvaro Dias, afirmou que, se eleito, irá realizar uma auditoria pública para verificar a situação financeira e patrimonial do Estado. O pedetista revelou que uma das suas primeiras medidas será a implantação de uma reforma administrativa, que fará parte de um rigoroso programa de saneamento financeiro. Sua meta é resgatar o que considera como a marca registrada do seu primeiro governo, ” a transparência administrativa o combate à corrupção”.

Paraná participativo

– Qual será a prioridade do seu governo?

O meu plano de governo, chamado “Paraná Participativo”, priorizará três princípios: aumento da produção, geração de emprego e distribuição de renda mais justa. Eles envolvem a desconcentração econômica, levando o desenvolvimento a todo o Estado e aliviando a pressão sobre a Região Metropolitana de Curitiba, que concentrou, nos últimos oito anos, 71% dos investimentos industriais, mas em empreendimentos que geraram apenas cerca de 23 mil empregos.

O maior desafio do próximo governo é promover o desenvolvimento econômico do Estado de forma eqüitativa, sem privilegiar determinada região em detrimento de outras. O Paraná precisa criar mais de 500 mil empregos em todas as regiões nos próximos quatro anos e no meu governo isto será viabilizado e executado.

– Como o senhor pretende alcançar seu objetivo?

Com a realização das seguintes ações: instituição de programas e novas atitudes nas áreas de justiça e cidadania, trabalho e proteção às parcelas mais frágeis da comunidade. Complementação e aperfeiçoamento da infra-estrutura regional, com ênfase nos setores de transporte, energia e comunicações; capacitação e apoio ao maior número possível de micro e pequenas empresas, chegando a 50 mil empreendimentos em todo o Paraná. A criação de novas empresas e modernização das que já existem será possível a partir do investimento público de R$ 3,8 bilhões nos próximos quatro anos, incluindo recursos de outras origens, como o BNDES, BID e Banco Mundial; O Banco do Emprego e da Produção (BEP) abrirá linhas de crédito para financiar os pequenos e médios empreendedores paranaenses. Também criaremos as agências regionais de desenvolvimento, descentralizando a atuação e os investimentos governamentais, por setor e por região, para democratizar as oportunidades de desenvolvimento, emprego e renda.

– Quais os programas da atual administração que pretende manter e quais irá extingüir?

Será realizada a reavaliação dos programas existentes e, então, poderemos verificar a eficiência de cada um deles. Aqueles que apenas onerem os cofres do Estado e não apresentem resultados convincentes serão extintos e substituídos por programas desenvolvidos a partir da discussão entre os cidadãos e o governo do Paraná. Quando verificarmos que o programa é útil e contribui para a população do Estado, iremos mantê-lo e ampliá-lo para todo o Paraná.

– Qual será sua primeira medida como governador?

Vamos realizar uma auditoria pública para averiguar em qual situação encontra-se a dívida pública e do patrimônio do Estado. Também vamos rever todos os contratos vigentes sem temor de contrariar interesses. O objetivo é obter um amplo saneamento financeiro, promovendo uma reforma administrativa que irá modernizar a máquina do Estado e reduzir custos.

O professor

Alvaro Dias nasceu em Quatá e mudou-se com 9 anos para Maringá, onde passou a viver no campo com seus pais. Alvaro formou-se em História, na UEL (Universidade Estadual de Londrina), e passou a dar aulas desta disciplina em colégios locais. Ele tem dois filhos com sua esposa, Débora Dias, Alvaro Dias Filho e Carolina de Almeida Dias.

De vereador em Londrina, eleito em 1968, depois de passar pelo movimento estudantil, Alvaro Dias atuou em todos os níveis da vida parlamentar: deputado estadual e depois deputado federal por duas legislaturas seguidas, de 1975 a 1983. Na primeira, foi o mais votado de toda a história do Paraná, quando fez cerca de 175 mil votos, que representaram 6% dos votos válidos, percentual até hoje não superado. Em ambas, ocupou a vice-liderança do MDB. Eleito senador em 1982, foi vice-líder do PMDB também no Senado.

Governador do Paraná, chegou ao final do mandato deixando um saldo de grandes realizações mas com as contas rigorosamente em ordem. Ficou oito anos afastado de cargos eletivos, depois de ter sido governador. Nesse período, teve apenas uma breve passagem pela presidência da Telepar. Em 1998, foi reconduzido ao Senado, com 2.532.023 votos, ou 65,13% do total de votos válidos.

Canteiro de obras

Construiu 3.600 km de rodovias por todo o Estado e umgrande número de pontes, com destaque para o complexo de pontes de Doutor Camargo; construiu 2/3 da Ferroeste, possibilitando o escoamento da produção paranaense; executou 2/3 da Usina de Segredo, que se tornou um exemplo do combate à corrupção devido à economia de U$100 milhões na obra; criou o projeto Gralha Azul, com a construção de 156 creches, beneficiando 24 mil crianças, e 500 centros de convivência; o programa Paraná Rural, incorporando ao processo produtivo 78.134 hectares; o Programa de Irrigação e Drenagem; e o programa Pedu, investindo U$ 200 milhões neste que depois tornou-se o programa Paraná Urbano.

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