O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel considera que a Operação Lava Jato pode perder a eficácia se ampliar demais o escopo das investigações. O procurador se referiu ao acordo de delação premiada da Odebrecht, em processo de negociação final com o Ministério Público, que pode envolver mais de 200 políticos. Gurgel foi chefe da PGR no auge do julgamento do mensalão, em 2012.

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“A Lava Jato tem prestado, tem feito investigações valiosas e importantes. Eu sempre digo que temo essas devassas gerais. Temo que as investigações crescem demais porque corremos o risco de torná-la ineficaz. Quando se anuncia que haverá delações envolvendo 200, 300 pessoas, eu temo que isso acabe não tendo as consequências, os resultados que a sociedade espera”, disse.

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Para Gurgel, a Lava Jato já produziu grande resultado, mas deve prosseguir “sempre com essa preocupação de não transformar em devassa geral”. Ele reconheceu que é difícil fazer isso sem parecer que há uma seletividade política. “Eu acho que precisa é verificar aquilo que está direta e estreitamente ligado às investigações até aqui. E não dar amplitude tão grande como se aproxima”, comentou o ex-PGR.