Ex-diretor do Banestado contesta denúncia do MPF

Um dos 12 denunciados pelo Ministério Público Federal, juntamente om o ex-secretário da Fazenda do governo Jaime Lerner, Giovani Gionédis, por crime de gestão fraudulenta no Banestado, o ex-diretor do banco Sérgio Eloi Druszcz contestou ontem informações sobre empréstimo concedido a três empresas de publicidade no período entre 1996 e 1998.

Segundo Druszcz, o empréstimo não foi de R$ 2,39 milhões, como consta na denúncia, e sim de R$ 1 milhão: “Porém somando-se os juros moratórios, as multas por atraso no pagamento e as tarifas de abertura de crédito (TAC) e tarifas por conta-corrente devedora, chegou-se ao valor de R$ 2,39 milhões”. Ele desmente também que as taxas cobradas – entre 2 e 4% ao mês – estivéssem abaixo do valor de mercado, “pois as taxas Selic, as mais altas do mercado, estavam em 1,70% ao mês na média desse período”.

Sobre a dívida

O ex-diretor do Banestado nega que no final da negociação 71,49% da dívida foi perdoada: “Nada da dívida foi perdoado. Na realidade, o que ocorreu foi o recálculo da dívida, expurgando-se de seu valor a cobrança de juros sobre juros e juros sobre multas por atraso. Tal expurgo foi concedido como condição para que as empresas quitassem seus débitos com base na jurisprudência dominante de que não se pode cobrar juros sobre juros e juros sobre multa. Caso as devedoras recorressem à Justiça Cível, além de conseguir o mesmo expurgo, o banco ainda seria condenado a pagar honorários e custas judiciais”.

Finalmente, observa que o Banestado não teve R$ 1.709.692,46 de prejuízo com o conjunto das operações, e sim um lucro de R$ 700.000,00: “O Banestado recebeu 38,131% do precatório 364/96 do Estado do Paraná, que vale atualmente mais de R$ 13 milhões. Dessa forma, o que o Banestado recebeu por R$ 2 milhões, hoje vale mais de R$ 5 milhões”.

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