Ex-diretor defende Banco Central no caso das CC5

São Paulo – O ex-diretor da área internacional do Banco Central, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, defendeu a atuação da instituição no período em que ocorreu a remessa ilegal de dinheiro para o exterior, por meio das contas CC5 e que resultou na CPI do Banestado.

O ex-diretor, que prestou depoimento na manhã de ontem em audiência pública que a CPI realiza em São Paulo, na Assembléia Legislativa, questionou também o montante da fraude, estimado em US$ 30 bilhões. “Não tenho segurança em relação a este número e também se existe evidência contundente a esse respeito”, reiterou. Apesar de questionar o montante, ele disse não ter conhecimento do valor da fraude.

Segundo Demósthenes Madureira, que atuou no Banco Central de abril de 97 ao final de 1999, a instituição estava atenta ao que ele classificou de “laranjal”, ou seja, à evasão de divisas. O ex-diretor alegou que no período em que esteve no BC, o foco das fraudes não era mais a conta CC5, pois o esquema já havia migrado para a lavagem de dinheiro.

“O Banco Central teve papel fundamental e importante na identificação dessas fraudes, tanto que fez denúncias a esse respeito ao Ministério Público”, justificou. Segundo ele, durante sua gestão na instituição foram feitas cerca de 400 denúncias ao MP e à Receita Federal. O ex-diretor disse, também, que não adianta simplesmente acabar com a CC-5 para coibir as fraudes, pois isso acabaria provocando a criação de um forte mercado paralelo de evasão de divisas.

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