Eunício declara voto em Dilma no Ceará

Fortaleza, 26/10/2014 – O senador Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao governo do Ceará, votou pouco antes das 10h no Clube Náutico, em Fortaleza, e declarou voto na presidente Dilma Rousseff (PT). “Vou votar no 15 e na presidenta Dilma”, afirmou o candidato. Eunício declarou ainda que o governo do estado do Ceará usou a máquina pública contra ele, mas se disse confiante na vitória.

Questionado sobre o impacto na campanha do aparecimento do nome dele, tesoureiro do PMDB, nas triangulações de repasses de dinheiro da Operação Lava Jato, como mostrou o Estado no último dia 19, Eunício respondeu que nem o nome dele, nem o de suas empresas estão na Lava Jato. “Negativo”, respondeu. “Eu sou candidato a governador. Não sou o governador. O nome que apareceu na Lava Jato, pelo menos é o que está posto, é o do atual governador”, declarou, referindo-se a Cid Gomes.

“Não crie fatos a esta altura do campeonato”, respondeu à reportagem. O Estado mostrou que o cartel investigado pela Lava Jato doou R$ 456 milhões aos partidos PT, PMDB, PSDB,PSB, DEM e PP. “Um dado que sugere movimentação triangulada via diretório é a doação da OAS em 2010 para o PMDB, no valor de R$ 500 mil, no dia 15 de setembro. No mesmo dia, valor igual foi repassado pelo Diretório à campanha ao Senado do tesoureiro do partido, Eunício Oliveira – atual candidato ao governo do Ceará”, informava o jornal.

“O que uma coisa tem a ver com a outra”, protestou Eunício, ao ser questionado sobre sua posição de tesoureiro. “Não crie fatos que não existem”, respondeu. Eunício reafirmou que quem apareceu na Lava Jato foi o governador Cid Gomes.

A denúncia relacionando o governador com o delator do caso Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi publicada pela revista Istoé durante a campanha. Gomes nega relações com o delator. A Justiça do Ceará chegou a proibir a circulação da revista, liberada depois pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. De acordo com o candidato a governador Camilo Santana (PT), apoiado por Cid Gomes, Eunício usou as investigações sobre a Petrobras “de forma covarde na campanha”. (Pablo Pereira – Enviado Especial a Fortaleza)