A eleição da vereadora Sandra Graça (PP) para a presidência da Câmara Municipal de Londrina e, conseqüentemente, para a prefeitura interina do município, pode não ser tão certa quanto o anunciado na reunião da última segunda-feira.

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O grupo dos 12 vereadores que referendaram a indicação da ex-chefe de gabinete do prefeito eleito cassado, Antonio Belinati (PP), corre o risco de sofrer algumas baixas até a eleição, marcada para o dia 1.º de janeiro.

O primeiro a mudar de lado deve ser o vereador peemedebista Tito Valle. A Comissão Executiva do PMDB de Londrina convocou uma reunião extraordinária para a próxima sexta-feira (26) para discutir o assunto. O partido não entendeu a aproximação de seu vereador ao grupo de Belinati.

“Se fosse apenas uma eleição para a Câmara, não teria porque a Executiva interferir, mas essa eleição tem como pano de fundo a eleição para prefeito. É quase uma minieleição municipal, pois não sabemos por quanto tempo o presidente da Câmara administrará o município”, disse o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida, presidente do PMDB de Londrina.

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O presidente da Câmara comandará, interinamente a Prefeitura até a definição de quem será o novo prefeito de Londrina, seja pela reversão da cassação de Belinati ou pelo resultado de um novo segundo turno entre Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT).

Cheida comentou que “não é coincidência” o fato de os partidos que viabilizaram a candidatura de Sandra Graça serem os mesmos que se uniram no segundo turno para eleger Belinati e que, provavelmente, formarão a base de apoio de Barbosa Neto.

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“O PMDB estava do outro lado e a tendência é que, por coerência, assim permaneça. Mas isso será discutido na sexta-feira”, disse, lembrando que a orientação do partido deverá ser seguida pelo vereador, sob pena de enquadramento na regra da fidelidade partidária.

Apenas sete vereadores – do PT, PSB e PSDB – não participaram do grupo que indicou Sandra Graça. Juntos, eles devem lançar um nome para enfrentá-la. Composta por 19 vereadores a Câmara de Londrina elege presidente o candidato que receber 10 votos. Além de Tito Vale, o grupo de oposição teria que convencer outros dois vereadores a mudar de idéia.

Vendo de fora

Nem mesmo o ofício enviado pelo juiz da 41.ª Zona Eleitoral pedindo para que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) marque o segundo turno alterou o estado de cautela do deputado federal Luiz Carlos Hauly, segundo colocado nas eleições de outubro.

De volta de uma viagem oficial aos Estados Unidos, Hauly comentou pela primeira vez as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, na semana passada, confirmou a cassação de Belinati e orientou para a realização do novo segundo turno. “Não está nada decidido. Eu como o povo de Londrina estamos na expectativa, enfrentando um vazio político. Mas como é Natal, peço a Deus que ajude Londrina”, disse.

 “Não tem o que fazer agora, pois não se tem uma decisão final. Não se sabe se realmente teremos nova eleição, quando serão, quais as regras”, disse. Hauly também declarou estar fora das articulações sobre a presidência da Câmara. “Meu partido tem um candidato, que é o Roberto Kanashiro. Ele e o partido que estão conduzindo tudo. Não posso e não devo participar deste processo.”