Equipe de transição de Beto quer mexer no orçamento

Integrantes da equipe de transição do governador eleito Beto Richa (PSDB) se reúnem hoje com o relator do projeto de Orçamento do Estado para o próximo ano, Nereu Moura (PMDB).

O encontro, solicitado pelo futuro líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), servirá para a assessoria técnica de Beto ter uma noção sobre o que poderá ser adequado aos planos do futuro governo na proposta elaborada pela equipe do governador Orlando Pessuti (PMDB).

Moura informou que a proposta prevê cerca de R$ 1 bilhão para investimentos, mas que uma boa parte desses recursos já está comprometida com obras e programas indicados para 2011.

Para inserir suas propostas de campanha eleitoral, Beto terá de cancelar projetos de Pessuti. Mas somente as obras que ainda não foram iniciadas, disse Moura. A legislação proíbe retirada de verbas de programas e obras em andamento. Traiano irá formalizar o pedido a Moura para que seja estendido o prazo de apresentação de emendas ao projeto, que será encerrado neste final de semana.

O futuro líder do governo reivindica ao menos mais dez dias para os assessores econômicos da equipe de transição analisarem o projeto e apresentarem propostas de mudanças.

Moura disse que não vê dificuldades em ampliar o prazo, mas que a equipe de transição deve compreender que algumas datas estão determinadas no regimento interno da Assembleia.

As verbas do orçamento do próximo ano, estipulado em R$ 26 bilhões, estão sendo disputadas não apenas entre governo eleito e deputados, mas também pelas entidades públicas.

Até ontem, Moura já havia recebido pedidos na ordem de R$ 600 milhões em verbas. Somente os reitores das universidades públicas estaduais estão solicitando R$ 300 milhões para manter os investimentos no mesmo patamar deste ano.

O Tribunal de Justiça está pedindo outros R$ 60 milhões, além do sua dotação própria, para ajudar na aquisição de uma área no bairro Cabral, onde seria construído o Centro Judiciário de Curitiba. Para Moura, sem cancelar obras, não haverá margem para Beto incluir programas novos nas propostas.