| Sandro Nascimento/Alep |
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Os trabalhos da Assembleia Legislativa do Paraná já iniciaram com polêmica neste ano. Após o discurso de abertura da primeira sessão da casa em 2012, feito pelo governador Beto Richa (PSDB), a banda contratada para executar as músicas da solenidade trocou o hino do Paraná por um jingle de campanha do tucano, o que causou estranhamento entre os parlamentares que acompanhavam a sessão, assim como para aqueles que assistiam a transmissão pela televisão.
Ao perceber a falha, que poderia ser caracterizada até mesmo como improbidade administrativa por fazer propaganda política em instituição de caráter público, a cantora Marise Farias reconheceu o erro, alegando que foi uma “desatenção” dela mesma. “Como já trabalhamos em muitos eventos aqui, a escolha das músicas sempre fica por minha conta. Por iniciativa própria, acabei fazendo esta homenagem, ninguém me pediu. Eu realmente não sabia que a música do governador não poderia ser cantada aqui hoje”, explicou.
Apesar de Marise ter assumido a culpa pelo deslize, justificando a escolha da canção, a oposição avaliou que a substituição do hino por uma música de campanha foi intencional. “Desde quando uma cantora contratada para prestar um serviço canta o que quer? Isso não existe. Com certeza houve orientação de alguém para que ela cantasse essa música”, opinou o líder da oposição, Enio Verri (PT).
Para ele, a troca das músicas foi claramente um ato promocional de Richa. “O governador está misturando o papel do estado com o papel da política, transformando atos oficiais em atos eleitoreiros. Além de não respeitarem nosso hino, o que ocorreu é ilegal porque era um evento oficial”, avaliou. Procurado pela reportagem, o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB) declarou que não pretende se pronunciar sobre o caso. Por meio de sua assessoria de imprensa, apenas informou que já pediu esclarecimentos e providências ao cerimonial da casa, alegando que a execução da música de Richa não estava no roteiro.