Em troca de apoio, PDT pressiona PT a elevar o mínimo

O presidente do PDT de São Paulo, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, informou que protocolou ontem, na Câmara dos Deputados, proposta de elevação do salário mínimo para R$ 580. A iniciativa surge em um momento em que se discute medida provisória editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que fixa o mínimo em R$ 540.

A intenção do PDT, de acordo com lideranças da sigla, é forçar o governo federal a revisar o valor para cima, em troca do apoio da legenda à reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). Na manhã de hoje, a questão foi tratada em reunião, promovida na capital paulista, entre parlamentares do PT e PDT. Além da elevação do mínimo, os pedetistas apresentaram como condição de apoio a indicação de postos na máquina federal e maior espaço na Câmara.

“Uma das questões que pedimos ao Marco Maia é que peça para a presidente Dilma Rousseff (PT) que possa imediatamente se reunir com as centrais sindicais e encontrar uma proposta que seja maior do que a que está lá”, disse Paulinho, acrescentando que outra reivindicação do partido é a presidência da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), que na legislatura passada era liderada pelo PTB.

O PDT apresentou ainda a intenção de indicar as presidências de Itaipu e Eletrosul, que passariam para o comando do senador Osmar Dias (PDT-PR) e do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS), respectivamente. O encontro de hoje, que teve a presença de apenas nove dos 28 deputados federais eleitos pelo PDT, frustrou a expectativa de petistas e pedetistas, que irão retomar as negociações na próxima semana.

O esforço concentrado do PT tem como objetivo evitar que a ameaça de rebelião do PMDB, que exige maior participação no governo da presidente Dilma, respingue na sucessão da Câmara do Deputados, minando a intenção de Maia prosseguir no comando da Casa. Os peemedebistas já sinalizaram que podem apoiar os nomes de Sandro Mabel (PR-GO) e Aldo Rebello (PCdoB-SP), o que levou o PT a articular um leque de apoios para evitar o fortalecimento de novas candidaturas. Ontem, lideranças do PT se reuniram em São Paulo com membros do PR e hoje, durante a tarde, se encontram com parlamentares do PSDB.