Em solenidade militar, Lula critica intolerância

Em uma cerimônia marcada pelo rígido protocolo militar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva postulante à reeleição, protagonizou neste sábado cenas de candidato na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, no sul fluminense. Lula criticou a intolerância, a discriminação e o autoritarismo.

Em alusão ao fato de a turma de novos cadetes chamar-se Heróis da Força Expedicionária Brasileira, o presidente lembrou a FEB e sua atuação na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. ?Eles (os pracinhas) não permitiram, como estou certo que nem vocês, nem ninguém aqui permitirá, que ocorra em nosso solo amado aquilo contra o que lutaram os nossos expedicionários. Estou falando do autoritarismo, do racismo, da intolerância, da discriminação, do anti-semitismo e da perseguição por credos políticos e religiosos?.

Na solenidade, Lula entregou o espadim ao cadete com melhor classificação na turma, Lucas Fernando Pianowski Bernardes. Em contraste com a informalidade do seu contato com os assistentes, Lula leu um discurso protocolar. ?Este espadim que vocês acabam de receber é símbolo da honra militar?, disse ele, dirigindo-se aos cadetes. ?Não carrega consigo os traços de prepotência, de arrogância, de revanchismo?.

No intervalo

Durante o intervalo de informalidade, aberto na cerimônia para que madrinhas e padrinhos dos novos cadetes lhes entregassem os espadins, Lula deixou seu lugar no palanque e se dirigiu sorridente a alguns dos assistentes que o chamavam para tirar fotos. Brincou com algumas pessoas, apertou mãos e até pegou no colo um bebê – a pequena Geovana Pessin Carvalho, de sete meses.

Depois, continuou por alguns minutos a trocar palavras com as pessoas que se aproximavam e se acotovelavam para vê-lo. ?Oi, meu amor? Tudo bem? Você foi madrinha de quem??, perguntou a uma das mulheres em meio a um pequeno tumulto. Uma mulher o chamou: ?Lula, vamos tirar fotos?. Outro homem pediu: ?Lula, minha filha quer apertar a sua mão?.

Soldados se deram os braços para fazer um cordão de isolamento em torno do presidente. Foi a primeira vez desde 1995 que um presidente da República participou da solenidade. Lula chegou às 10h45m e foi recebido com as honras do cargo, escolta de cavalaria e salva de 21 tiros de canhão. Estava com o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, e foi recebido pelo comandante da Aman, general Marco Farias.

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