Em negociação com PDT, PT adia nome de vice em SP

Representantes do PT de São Paulo passaram o início da semana em conversas com o PDT na tentativa de evitar uma crise com o aliado no Estado. Os pedetistas não gostaram do lançamento do nome do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) como pré-candidato a vice-governador na chapa de Aloizio Mercadante, cargo que lhes havia sido prometido pelo PT. Após negociações, aparentemente a paz voltou entre os aliados, mas a escolha do vice foi postergada.

“Está tudo tranquilo, pacificado e repito que sempre coube ao PDT a definição do nome do vice, o que não vai acontecer agora”, disse Edinho Silva, presidente estadual do PT, sem detalhar as negociações. “Para que ter pressa se temos até 26 junho para definir o nome do vice?”, indagou. Na semana passada, no entanto, o presidente do PT paulista falava em uma definição rápida para os principais cargos da chapa ao governo, formada por, até agora, 11 partidos de oposição ao PSDB no Estado.

A reportagem apurou que foi grande o descontentamento de uma ala do PT e de praticamente o PDT inteiro de São Paulo por terem tomado conhecimento, pela imprensa, do convite feito a Suplicy pelo coordenador da campanha de Mercadante, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Na segunda-feira, o PDT boicotou a reunião da frente partidária ocorrida em São Paulo.

Pesquisa

Ontem, dirigentes do PT foram a Brasília discutir a aliança e, à noite, Edinho preferia comemorar o desempenho de Mercadante na pesquisa Vox Populi divulgada pela TV Bandeirantes a falar sobre as conversas com o PDT. Os números apontam o senador petista com 19% nas intenções de voto, ainda bem atrás do candidato do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin, com 51% dos votos, mas à frente do deputado federal Celso Russomanno (PP), com 12%, e de Paulo Skaf (PSB), com 2%.

“A avaliação do partido é que o senador Aloizio Mercadante vai crescer ainda mais como decorrência da consolidação do nome dele como candidato, mas a jornada é longa”, afirmou o presidente do PT de São Paulo.