Em encontro com Dilma, integrantes do MST criticaram a indicação de Kátia Abreu

Em encontro realizado nesta segunda-feira, 15, com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) criticaram a sinalização de que a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) deverá ocupar o Ministério da Agricultura no novo governo da petista.

“A possível nomeação de Kátia Abreu vai contra qualquer possibilidade de avanço na reforma agrária”, afirmou após o encontro no Palácio do Planalto, Rosana Fernandes, integrante da direção nacional do MST.

“Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, trabalho escravo. E representa, principalmente no seu Estado, a grilagem de terra. Portanto, somos contra a Katia Abreu por questões ideológicas e políticas. Cabe à presidente nomear ou não. Nós demos o nosso recado”, emendou Alexandre Conceição, integrante da direção nacional do MST. Segundo os dois, Dilma não fez nenhum comentário sobre as críticas apresentadas no encontro à senadora.

A reunião ocorreu poucas horas depois de um grupo de acampados e assentados do Movimento Brasileiro dos Sem-Terra (MBST) e da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade (FNL) invadir a sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, onde está prevista, à noite, a posse da nova diretoria da entidade, com a participação da presidente Dilma.

Demandas

Na reunião no Palácio do Planalto, que também contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, os integrantes do MST também apresentaram um plano com “propostas emergenciais para o campo”. Entre as demandas, está a cobrança para que o governo tenha um plano de metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano, no período entre 2016 e 2018.

“Neste momento não é um avanço, mas garantir um passivo de anos. Queremos superar o passivo de 120 mil famílias que aguardam o assentamento e assegurar a meta de 50 mil famílias assentadas por ano”, afirmou Rosana Fernandes.

Já Alexandre Conceição defendeu mudanças no MDA e no Incra. “Somos contra a manutenção dos que estão dentro do MDA há 12 anos. Portanto, é preciso mudar a postura política do MDA e do Incra para fazer com que a reforma agrária possa avançar”, disse o dirigente.