Eleição acabou. Disputa na Justiça ainda vai longe

A disputa eleitoral entre Roberto Requião (PMDB) e Osmar Dias (PDT) segue longe do fim. Depois da disputa acirrada entre lideranças partidárias, políticos aliados e cabos eleitorais pelo voto do eleitor paranaense, agora os departamentos jurídicos dos partidos deverão travar mais um duelo ainda a respeito da campanha eleitoral dos últimos meses.

Isso porque a coordenação da campanha de Osmar Dias diz estar reunindo uma série de provas de crimes eleitorais que a campanha de Requião teria cometido nos dois turnos do pleito para o governo do estado. Para os pedetistas, o abuso do poder econômico e o excesso de propagandas irregulares utilizados pelo PMDB nessa eleição merecem ser analisados com rigor pela Justiça Eleitoral.

?Não estamos questionando o resultado da eleição, mas o uso indiscriminado da máquina pública, com propaganda ilegal, pressão sobre prefeitos, compra de votos e formatura antecipada de policiais militares. Estamos reunindo tudo para entrarmos com uma ação ainda nesta semana?, disse Leandro Souza Rosa, advogado da Coligação Paraná da Verdade, pela qual concorreu Osmar.

Presidente do PDT em Curitiba, o vereador Jorge Bernardi disse que só o fato de o governador reeleito ter insinuado a ocorrência de fraude na eleição já é motivo suficiente para que o Tribunal Regional Eleitoral abra investigação. ?Estou cada vez mais convencido de que realmente houve fraude nessa eleição, mas não na urna eletrônica e sim na compra de votos, na utilização da rede escolar, na inserção descarada de propaganda na TV Educativa. Essa eleição está sob suspeita e foi o Requião que a colocou?, comentou.

Entre as denúncias que serão apresentadas ao TRE, Bernardi adiantou o caso de uma escola estadual em Areia Branca, no município de Mandirituba, em que, segundo o vereador, os livros didáticos foram distribuídos aos alunos acompanhados de material de campanha do então candidato Roberto Requião e com a diretora da escola dizendo aos alunos que o restante do material só seria entregue em caso de reeleição do peemedebista. ?Situações como essa aconteceram em diversos outros pequenos municípios do estado. Já temos provas de ocorrências semelhantes em Fazenda Rio Grande e Ivaiporã, entre outras cidades. Agora que não estamos mais concentrados na campanhas, colhemos uma denúncia nova a cada dia?, disse.

Se aceitas pelo Tribunal Regional Eleitoral, as denúncias contra a candidatura Roberto Requião podem implicar em punições que variam de aplicação de multa à cassação dos direitos políticos. ?Por crimes de proporções bem menores os irmãos Simões e o deputado eleito Geraldo Cartário tiveram a candidatura cassada. Acreditamos que, com essa robustez de provas, a Justiça Eleitoral tenha que anular essa eleição, ao menos o segundo turno?, argumentou Bernardi.

A assessoria jurídica da Coligação Paraná Forte (PMDB-PSDB-PSC) informou que ainda não tem conhecimento de nenhuma das acusações e que, por isso, não pode antecipar como se defenderia delas. Assim os advogados aguardarão uma possível intimação da Justiça Eleitoral para que, com conhecimento do processo, possam se manifestar. 

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