O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou, na tarde desta segunda-feira, 23, que o enredo da corrupção na Petrobras está incompleto, pois falta revelar as peças-chave, os mandantes do esquema de desvios. “O enredo está cheio de vogais, de partícipes secundários, mas quem concebeu isso? Os senhores sabem que essa história precisa ser contada com o mínimo de estrutura. Quem mandou que se fizesse assim na Petrobras? Quem deu orientação nesse sentido?”, perguntou.

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Ao participar de debate no Grupo de Líderes Empresarias (Lide), em São Paulo, Mendes foi questionado sobre quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ser sentenciado. Em tom ponderado, Mendes respondeu que, por ora, Lula não foi sequer denunciado – e que antes de qualquer condenação é preciso haver processo.

Mendes no entanto, fez uma provocação dizendo que a atual história decifrada pela operação Lava Jato está evidentemente incompleta e que desrespeita a inteligência da população. “Essa estrutura (de corrupção) não se montou por geração espontânea”, comentou.

O ministro afirmou ainda que o PT já implementou o financiamento público de campanha que defende por meio do esquema de desvio dos cofres das estatais. “O partido do governo chegou ao financiamento público muito antes, o seu projeto de financiamento público já tinha sido implementado”, acusou.

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O ministro não esclareceu, contudo, o que é necessário ou quem seria o responsável por completar o enredo da Lava Jato.