A diferença de datas entre a entrega das obras dos hospitais novos ou reformados pelo governo do Paraná e o efetivo funcionamento dos mesmos foi um dos questionamentos feitos ontem para o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, que participou de audiência na Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. No pacote de reformas e construções de 23 hospitais, cinco já estão em funcionamento; dez estão em construção ou ainda no projeto inicial; dois com obras concluídas e esperando os equipamentos; quatro com reformas em andamento; e dois já receberam repasses estaduais mediante parceria.
Isto foi indagado porque as obras e o início do funcionamento não teriam seguido o cronograma inicial, segundo o deputado Ney Leprevost, presidente da comissão. O secretário respondeu que a demora para começar o funcionamento depois da obra concluída está relacionada com os equipamentos e mobiliários para o hospital. ?No final de 2007, nós fizemos um grande pregão eletrônico para a aquisição dos equipamentos. Temos um ano a partir deste pregão para fazer a compra. Na medida em que a obra vai ficando pronta, vamos comprando estes equipamentos, mas há um pedido de tempo por parte das empresas para a entrega. 95% dos equipamentos que necessitamos para os hospitais já estão garantidos?, disse Martin.
O secretário ainda lembrou que houve problemas com empreiteiras de algumas obras, como a do Hospital Estadual Dr. Wallace Thadeu de Mello e Silva, em Guaraqueçaba; e os hospitais da Zona Norte e da Zona Sul de Londrina. Além disso, parte do processo licitatório de equipamentos de três hospitais precisou ser refeito ou reaberto.
Martin também falou sobre os cargos de comissão em hospitais estaduais. A nomeação para cargos diretivos aconteceria nos novos hospitais, especialmente. O Estado quer a autorização da Assembléia Legislativa para a criação de 182 cargos em comissão para a Secretaria de Estado da Saúde, sendo 77 novos. O restante seria remanejado. ?Haverá critérios técnicos para a escolha destes nomes, para que estes hospitais realmente funcionem?, revelou. Para o presidente da comissão, deputado Ney Leprevost, o assunto precisa ser mais discutido. ?A nomeação deve ser mais debatida porque a saúde não é algo que se pode partidarizar. Tenho receio de que isso aconteça, porque governos vêm e vão?, analisou.
O secretário de Saúde ainda comentou que um modelo misto de gestão deve ser implantado nestes hospitais, a exemplo do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Este modelo misto seria constituído por um parceiro para a gestão como uma instituição filantrópica -, uma direção nomeada diretamente pelo governador do Estado e por servidores concursados.



