Corrupção

Doleiros revelam operações via Opportunity

Quatro doleiros – Clark Setton, Luís Filipe Malhão e Souza, Patrícia Matalon Peres e Richard Andrew de Mol Van Otterloo – revelaram à Polícia Federal como eram feitas as operações de remessa de valores ao exterior e resgate para clientes do Opportunity Fund. Eles apontaram nomes de investidores do fundo de Daniel Dantas.

Setton, que operou a conta Depolo, disse que trabalhou no mercado paralelo do dólar de 1987 até 2004. “Trabalhou com diversos clientes brasileiros remetendo ou resgatando recursos junto ao Opportunity Fund “, depôs. O doleiro disse ainda à Polícia Federal que captava valores em reais no Brasil, posteriormente debitava da conta Depolo e “creditava em uma das contas do Opportunity Fund indicada pelo cliente”.

Malhão e Souza, por sua vez, corroborou à PF o depoimento de Setton. Ele afirmou que os clientes que enviaram dinheiro ao Opportunity Fund, de Dantas, “certamente eram brasileiros residentes no Brasil”, o que comprovaria as suspeitas dos federais de evasão de divisas.

As declarações dos doleiros levaram a PF a concluir que o Opportunity Fund “fazia parte do bloco controlador de empresas abertas nacionais (…) que compreendia fundos de pensão de funcionários públicos, de forma completamente irregular” e asseverar que “a existência de brasileiros como cotistas do Opportunity Fund seria completamente irregular”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.