Doleiro prestava serviços ao Banco do Brasil

O doleiro Alberto Youssef, que movimentou US$ 800 milhões na agência do Banestado em Nova York entre 1996 e 1999 e é considerado peça-chave na CPI mista do Banestado do Senado, também era encarregado do transporte oficial dos malotes de toda a rede bancária brasileira em quaro importantes rotas de São Paulo, Amazonas e Paraná. A descoberta foi feita pelo Ministério Público do Paraná e confirmada pelo próprio Youssef em depoimento prestado em setembro do ano passado. Ele transportava malotes do Banco do Brasil e de qualquer outro órgão ligado ao banco usando dois aviões, um turboélice Carajá e um jato Lear Jet, conforme o jornal Folha de S. Paulo apurou junto a empresa Oliveira Taxi Aéreo, que subcontratava a San Marino Taxi Aéreo, de propriedade do doleiro.

O gerente operacional da oliveira, Alexandre Silva, se disse surpreso com a informação. A Oliveira é contratada pela Febraban – Federação Brasileira dos bancos. Os bancos fazem um pool para reduzir custos suportados pelos sindicatos de bancos e Febraban, e o Banco do Brasil gerencisa o sistema. Para atender o Amazonas, a oliveira subcontratava a San Marino. Outras duas empresas contrataram a transportadora do doleiro no Paraná e em São Paulo.Youssef trabalhou no transporte de malotes de 1996 a 2000.

No Paraná, seus aviões faziam a rota Londrina-Curitiba-Pato Branco-Londrina e Londrina-Maringá-Umuarama-Londrina. Em São Paulo ele operava no trecho São Paulo-Franca-Ribeirão Preto-Sâo Paulo, e na região amazônica, Porto Velho (RO)-Manaus (AM). Seu trabalho consistia em recolher malotes das agências bancárias de diversas instituições e centraliza-los no Banco do Brasil. A sua ligação com o transporte de malotes bancários foi descoberta pelo Ministério Público quando investigava denúncias de desvio estimado em R$ 100 milhões na prefeitura de Maringá.

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