Dívidas da Bancoop são de R$ 90 milhões, diz diretora

A diretora administrativa-financeira da Bancoop, Ana Maria Érnica, informou ontem que a dívida da Cooperativa Habitacional dos Bancários chega próximo de R$ 90 milhões. Ela depôs à CPI da Assembleia de São Paulo que investiga supostos desvios de recursos da Bancoop e repasses de valores para campanhas do PT. Érnica disse que a entidade tem ativos – recebíveis e créditos – que somam R$ 108 milhões.

Reeleita em 2009, para mandato até 2013, Érnica afirmou que responde pela área financeira da cooperativa desde 2005. O deputado Waldir Agnello (PTB) perguntou à diretora sobre a constituição do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc), espécie de fundo de recebíveis, com a finalidade de injetar dinheiro no caixa da cooperativa.

Érnica explicou que o Fidc foi constituído em 2004 com a participação de alguns dos principais fundos de pensão do País – Funcef, Petros, Bonesprev, Previ-BB – e também de pessoas físicas, como cotistas. No total foram integralizados R$ 39,7 milhões. Liquidado no ano passado, após negociação com os cotistas, o fundo foi resgatado.

O deputado Ricardo Montoro (PSDB) foi enfático ao frisar que o dinheiro não serviu para impulsionar as obras. “É sobre isso de que trata a CPI. Os mutuários foram penalizados e quando houve dinheiro ele não foi utilizado com este fim”, reprovou Montoro. A CPI aprovou a convocação de João Vaccari Neto, ex-presidente da Bancoop e atual tesoureiro do PT.