O vereador Reinhold Stephanes Junior formaliza sua desfiliação do PSDB na próxima segunda-feira na reunião da executiva estadual do partido. Com a saída de Stephanes, acaba a disputa pelo controle do partido em Curitiba, que agora fica mais perto do presidente da Câmara Municipal, vereador João Claudio Derosso, aliado de primeira hora do prefeito Cássio Taniguchi (PFL).
Stephanes Junior deixa o partido depois de um atrito com o deputado federal Affonso Camargo, nomeado coordenador do PSDB em Curitiba pelo presidente estadual do partido, Beto Richa, com a missão de pacificar os grupos de Stephanes e Derosso. Os dois vereadores postulavam a presidência do partido. Stephanes defendia a aproximação com o PMDB e Derosso acha que o aliado natural dos tucanos para a disputa à sucessão de Taniguchi do próximo ano é o PFL. Tanto Stephanes como Derosso são oriundos do PFL e ingressaram no PSDB em 99, quando Taniguchi ameaçou se transferir também para o partido.
O desentendimento entre Stephanes e Camargo começou por conta de uma dúvida manifestada pelo vereador sobre o domicílio eleitoral do deputado federal. Stephanes Junior questionou se a base eleitoral de Camargo era Curitiba ou Ponta Grossa. O coordenador do partido considerou as declarações de Camargo como uma provocação e reagiu chamando o vereador de desinformado. Camargo tem título eleitoral de Curitiba.
Beto Richa disse que tentou apaziguar os ânimos, mas o vereador disse que não recua de sua decisão de deixar o partido. Beto afirmou que lamenta a saída, mas disse que continua confiando no deputado federal Affonso Camargo como condutor do processo de reestruturação do partido em Curitiba.
Stephanes disse que vai permanecer um tempo sem partido. Mas é provável que seu destino seja o PMDB, onde já está o pai e secretário da Administração Reinhold Stephanes. O vereador afirmou que não pode permanecer no partido depois dos ataques de Camargo. “Ele entrou no partido para conciliar, tem fama de articulador, mas acha que ele está mesmo é gagá. Nunca falei mal dele e ele me atacou pessoalmente”, afirmou.
O Estado
tentou ouvir Camargo, mas sua assessoria informou que somente na próxima segunda-feira é que ele estaria disponível para conceder entrevista.