O candidato do PT derrotado na eleição presidencial, Fernando Haddad, classificou como uma “trágica ironia” a diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ter ocorrido no dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos. Em discurso para militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo (SP), o petista fez críticas a Bolsonaro e disse que no ano que vem será inaugurada uma “jornada de lutas” contra o que classifica como retrocessos defendidos pelo futuro presidente.

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“É uma trágica ironia no dia de hoje comemorarmos os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no mesmo dia em que é diplomado Jair Bolsonaro presidente da República Federativa do Brasil. Talvez não tenha um paradoxo maior do que este porque, se tem uma pessoa que representa o repúdio a tudo que foi construído no pós-guerra […] é o presidente diplomado hoje”, discursou Haddad, citando que Bolsonaro representa um retrocesso em avanços conquistados por mulheres, negros, indígenas e comunidade LGBT.

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De acordo com Haddad, ninguém nomeado para o futuro governo se compromete com lutas do povo trabalhador. “Infelizmente, comandará o País alguém que desconhece a história de luta do povo.” O candidato derrotado, escolhido pelo PT para liderar uma frente de oposição a Bolsonaro, fez coro ao discurso de que o capitão reformado só foi eleito e diplomado porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, foi impedido de concorrer na eleição.

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“Vamos inaugurar ano que vem uma jornada de lutas para impedir esses retrocessos e estaremos irmanados com todos aqueles que acreditam no processo histórico que ampliou o horizonte de cada um de nós”, discursou Haddad. Oito meses após a prisão de Lula, o petista declarou ainda que a campanha pela liberdade de Lula está sendo reinaugurada e que a bandeira se insere na defesa da Declaração dos Direitos Humanos.