Após o Ibovespa disparar e a cotação do dólar norte-americano cair com o resultado do primeiro turno das eleições, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira, 5, em coletiva no Palácio da Alvorada, “que o investidor pode fazer tudo, mas não ganha a eleição”. Mirando mais uma vez os tucanos, Dilma afirmou que a indicação de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda é um “complicador” para a candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves.

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“Eu desconfio que os investidores podem fazer tudo, mas não ganham uma eleição. Quem ganha e vota no Brasil chama-se povo brasileiro”, disse Dilma, respondendo a uma repórter sobre a torcida de investidores por uma vitória do candidato do PSDB.

Reforçando o discurso contra o tucano e retomando a polarização entre PT e PSDB das últimas eleições, Dilma disse que a indicação de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda é “um complicador” para o adversário.

“Porque foi justamente no período em que Armínio Fraga era ministro da Fazenda que a inflação saiu por duas vezes do limite superior da política de metas: em 2001, a inflação foi a 7,7% e 2012 a 12,5%. Além disso, foi também na gestão do Armínio Fraga que nós tivemos a maior taxa de juro desse período, 45%”, disse a petista.

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“E isso é uma coisa muito complicada, então cada um opta pelo que quiser. Eu tenho um governo, estou fazendo um governo, os números do meu governo são claros.”

Fantasmas

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Em coletiva de imprensa concedida em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, local onde obteve a maior votação neste primeiro turno, Aécio disse que os “brasileiros estão muito preocupados são com os monstros do presente: inflação alta, recessão, corrupção”.

Questionada sobre as declarações do rival, Dilma respondeu: “Comparem a minha recessão com a dele e compare os monstros do passado com o que está acontecendo no meu governo. Ele pode usar a retórica, mas a realidade se imporá.”

Pesquisas

Dilma negou que tenha ficado frustrada com o resultado do primeiro turno – pesquisas de boca de urna apontavam uma vantagem maior da petista sobre o tucano. “Eu não (fiquei frustrada), eu esperava direitinho, sabe por quê? Nós não achamos e não acreditamos nessa infalibilidade das pesquisas, né? Não acreditamos nisso, até porque a gente tem um histórico de algumas coisas surpreendentes que acontecem na eleição. Por exemplo, lá na Bahia, que pela terceira vez consecutiva, em eleições para governador, o candidato que é tido e havido como perdedor ganha no primeiro turno”, comentou a presidente, citando a vitória do candidato do PT, Rui Costa.

“Vocês me desculpem, mas eu acho que pesquisa é uma referência, eu sempre digo que não comento (pesquisa), acho que ela é para analista. Nós usamos várias outras informações além das pesquisas. Muito obrigada”, encerrou.