Rádio Banda B

Dilma fala sobre fronteira e sobre a epidemia do crack

A ex-ministra e candidata ao Palácio do Planalto pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, conversou nesta manhã (16), ao vivo direto de Brasília, com o apresentador Adilson Arantes no Jornal da Banda B 1ª Edição. Em período de campanha eleitoral, a Banda B a partir desta sexta-feira vai conversar com os principais candidatos à presidência da república e ao governo do Paraná sobre os projetos e as plataformas de governo.

Dando início a série de entrevistas, Dilma destacou a vulnerabilidade que as fronteiras do Paraná e a necessidade da criação de novas vagas em centros tecnológicos para aumentar a capacitação profissional. Ela falou também sobre o drama que o Brasil enfrenta com o crack – campeã de reclamações dos ouvintes da Banda B, e ainda, rebateu as acusações de seu adversário José Serra, que teria chamado ela de um produto fabricado pela mídia.

Fronteiras e o crack

Indagada pelo apresentador Adilson Arantes, a candidata mencionou a região de Foz do Iguaçu como sendo um dos pontos mais críticos das fronteiras brasileiras, servindo de entrada para drogas e armas. “Através da Operação Sentinela estamos construindo uma parceria entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Forças Armadas, todos os contingentes de Polícia Civil e Militar e os municípios envolvidos. Temos que aumentar o contingente especializado em policiamento de fronteira com todos os recursos de inteligência e equipamentos adequados.”

Dilma destacou a implantação do Veículo Aéreo Não Tripulável (VANT) para patrulhamentos das regiões fronteiriças. “Esta aeronave pode identificar plantações de drogas e laboratórios ilegais, rota de tráfico e após essa identificação acionaria a polícia para uma ação conjunta. O VANT pode voar durante 37 horas seguidas, alcança 10 mil metros de altura e tem rastreamento preciso”, descreveu.

Sobre a questão do crack foi colocada por Dilma como uma das prioridades para o Brasil. “Temos de intensificar de forma rigorosa a repressão, toda e qualquer ação do crime organizado”. A candidata citou o investimento de 60 milhões feitos do governo Lula em convênios com estados e municípios na repressão e prevenção contra o crack. “Além das polícias de prevenção, é necessário dar apoio para aquela população que já teve contato, melhorando as clínicas especializadas”.

Escolas técnicas

Ao ser questionada sobre a necessidade de capacitação de mão de obra no país, Dilma garantiu que assim como o governo atual governo, dará prioridade à questão de formação de profissionais, inclusive a candidata relembra que o país teve grandes prejuízos com a lei promulgada em 19998 no governo Fernando Henrique Cardoso, que proibia o Estado de construir escolas técnicas.

“A lei dizia que só poderiam ser construídas escolas técnicas se o governo e o município assumissem todo os gastos da escola, que é permanente e caro. Então, quase nada foi investido pelo governo federal. Entre 1909 até 2003 foram construídas 140 escolas técnicas em todo o país. No atual governo, de 2003 até 2010, foram construídas 214 novas escolas técnicas, ou seja, foi feito mais nestes oitos anos do que nos cem anteriores”, contabilizou.

A candidata prometeu abrir mais 250 mil novas vagas em escolas técnicas para garantir capacitação e especialização. “Vamos alterar a lei e em parceria com municípios e o governos vamos construir mais escolas técnicas. O Brasil só vai pra frente se a escola estiver indo atrás do estudante e não o contrário”.

Saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi citado pela candidata como um avanço para o Brasil, mas ela resaltou que ainda existem deficiências que precisam desaparecer. “O SUS e as Unidades Básicas não podem se limitar. É necessária uma unidade de pronto atendimento 24, horas que possa contar com médicos, enfermeiros e a realização de vários tipos de exames, em policlínicas especializadas, até a transferência para um hospital”.

Acusações

Dilma rebateu as críticas de José Serra que a acusa de produto da mídia. “Eu sou produto do governo Lula, um dos maiores governo que este país já teve e me orgulho em ter trabalho nele”, contrapõe. A candidata disse deve ser difícil ser adversário de campanha de um governo em que muito fez. “Quando eles puderam fazer não fizeram. Se eu fosse criação da mídia eu não teria o potencial que tenho”, finalizou.

Ela avaliou as alianças feitas no Paraná como sendo maduras. “É de imensa maturidade política a construção desse palanque eleitoral entre PDT, PMDB e PT, construída para que projetos do governo federal tenham continuidade”.