Em meio à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso, bancada pelo PT, mas contra a sua vontade, a presidente Dilma Rousseff evitou polemizar sobre o seu funcionamento, que irá investigar o envolvimento de políticos e empresários com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

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“Vocês acreditam mesmo que eu vou me manifestar, além das minhas múltiplas atividades que eu tenho de lidar todo dia, eu vou me interferir na questão de outro Poder? E eu não me manifesto sobre outro Poder, mas de maneira alguma.”, declarou a presidente em entrevista no Itamaraty. Dilma defendeu, no entanto, que “todas as coisas têm de ser apuradas”.

Na sexta-feira da semana passada, a presidente Dilma se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal incentivador da instalação da CPI, com objetivo de abafar o julgamento do Mensalão, maior escândalo político de seu governo.

A presidente pediu cautela a Lula, temendo que a CPI possa respingar em seu governo, já que a principal empreiteira envolvida no escândalo, a Delta, é a construtora com o maior numero de obra do PAC – Programa de Aceleração Econômica.

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“A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso nessa área.”, afirmou a presidente, sem querer emitir juízo de valor sobre as investigações que serão realizada, mesmo diante da insistência da imprensa. A preocupação do Planalto é em relação às clássicas consequências de uma CPI, que todo mundo sabe como começa, mas ninguém sabe como termina. Esta foi a primeira manifestação da presidente Dilma em relação à instalação da CPI.